Tocantins
Justiça manda suspender contrato da prefeitura de Palmas com a Delta
Das agências
A Justiça do Tocantins determinou a suspensão do contrato entre a construtora Delta, investigada pela Polícia Federal por supostas ligações com Carlinhos Cachoeira, e a prefeitura de Palmas. O contrato de R$ 71,9 milhões tinha duração até 2014. A empresa era responsável pela coleta de lixo e limpeza urbana da capital desde 2009. Também foi determinada a quebra de sigilo fiscal e bancário da empresa e de mais três réus da ação civil ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MP). Na decisão do último dia 23, que só foi divulgada ontem, a juíza Wanessa Motta diz que "há indícios suficientes de lesão ao erário, o que torna necessária a suspensão do contrato". O pedido foi feito pelo MP, que investiga suspeita de falsificação dos documentos usados pela Delta na licitação.
A decisão ocorre após a divulgação de um vídeo, gravado por Cachoeira, em 2004, que sugere que o prefeito Raul Filho (PT) negociou o contrato em troca de apoio à sua eleição. A Delta é suspeita de ligações com o contraventor . O atual contrato com a administração de Raul Filho (PT) vem sendo investigado pelo MP desde 2009. Antes, a empresa executara diversos contratos para a limpeza urbana e coleta de lixo sem licitação. Em nota, a prefeitura disse ainda não ter sido notificada, mas que pretende cumprir a determinação. A Delta negou a falsificação dos documentos e afirmou que irá recorrer da decisão judicial.
Apesar de dizer que tinha muito interesse em falar sobre as suas atividades, o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, ficou calado ontem durante a maior parte de seu interrogatório na Justiça Federal. Cachoeira, cujo depoimento faz parte das audiências da ação penal que ele e seu grupo respondem, usou o direito constitucional de ficar calado após ouvir as perguntas do juiz Alderico Santos, responsável pelo processo.
Ao final, o pivô do escândalo que levou à criação de uma CPI e à cassação do senador Demóstenes Torres disse: "Estou sofrendo demais porque eu virei um leproso jurídico". "Um dia tudo vai ser esclarecido e vão saber quem eu sou."
Ele fez ainda uma declaração pública de amor à mulher, Andressa Mendonça. Questionado pelo juiz se era casado, respondeu que era uma pergunta difícil pois não é casado oficialmente: "Só o Ministério Público me liberar. No primeiro dia, tá?", disse, olhando para Andressa. Logo no começo do interrogatório, ele também se dirigiu a sua mulher: "O sofrimento é muito grande. Ela me deu uma nova vida. Eu te amo, tá?" Andressa respondeu: "Também te amo".
Questionado sobre o endereço onde mora, também disse não saber, argumentando que estava de mudança quando foi preso e, novamente, olhou para a mulher. No fim, passou o endereço da casa onde foi preso, que pertenceu ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
O juiz federal Alderico Santos, responsável pela instrução do processo, deu três dias para a defesa pedir novas diligências, que podem ser aceitas ou não por ele. Após isso, defesa e acusação terão cinco dias para prepararem suas alegações finais. A previsão do magistrado é que o julgamento de Cachoeira e dos outros sete réus que fazem parte do processo seja concluído em 30 dias.
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