O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), preso preventivamente na Operação Calicute, está a caminho de Curitiba. Segundo informações da Globonews, ele já deixou a Cadeia Pública Pedrolino de Oliveira, conhecida como Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio, e está a caminho da base aérea do Galeão para embarcar para Curitiba. A chegada de Cabral na capital paranaense deve ocorrer por volta das 15h30 deste sábado (10).
A transferência do ex-governador do Rio foi decidida porque ele estaria recebendo visitas irregulares em Bangu 8, também segundo informações da Globonews. A transferência foi pedida à 7.ª Vara Criminal Federal pelo promotor André Guilherme Freitas, da Promotoria de Justiça de Execuções Penais.
Gravações indicam destruição de provas e que Cabral já sabia que seria preso
Leia a matéria completaNo ofício ao juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, o promotor informa que o ex-governador está recebendo visitas de forma “irregular e ilegal”. “O referido réu está recebendo visitas de familiares e pessoas amigas em desconformidade com resolução que limita a um único credenciamento de pessoa amiga”, informa o documento.
Desde que está preso, em 17 de novembro, Cabral recebeu a visita dos deputados Cidinha Campos (PDT), Paulo Melo (PMDB) e Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa. A ex-primeira dama Adriana Ancelmo também visitou o marido, antes de ela mesma ser presa, na última terça-feira (6). Como o documento de acesso ao sistema penitenciário não estava pronto, ela obteve autorização especial para ver Cabral.
A investigação
A Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal investigam o desvio de recursos públicos federais em obras realizadas pelo governo estadual do Rio de Janeiro. A ação foi batizada de Operação Calicute. O prejuízo aos cofres públicos causado pelo esquema, segundo os investigadores, é de pelo menos R$ 224 milhões. A investigação apura casos de corrupção em várias obras do governo do Rio, dentre elas a reforma do estádio do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014, o projeto do PAC das Favelas e a construção do Arco Metropolitano – uma rodovia na região metropolitana do Rio. Também estão sob investigação obras de terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj). O grupo liderado por Cabral, segundo a acusação, cobrava uma espécie de mesada de propina para facilitar os contratos das empreiteiras. Só o ex-governador, segundo a acusação, teria recebido mesada de até R$ 500 mil da Carioca Engenharia e de R$ 350 mil da construtora Andrade Gutierrez.
Segundo a Polícia Federal, o esquema de corrupção no Rio de Janeiro se estendeu após o mandato de Cabral, mas não há indícios de que o atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), tenha participado do esquema. Pezão foi vice-governador durante o governo de Cabral.
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