Em 2008, Wall Street ficou em polvorosa com a descoberta das fraudes do operador Bernard Madoff, que geraram prejuízo de mais de US$ 65 bilhões a investidores. Entre as vítimas do golpe estava o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que perdeu cerca de US$ 700 mil com o esquema.
A confissão do fiasco amargado no mercado financeiro americano foi feita pelo próprio Cerveró, em depoimento prestado em janeiro deste ano ao Ministério Público Federal, no acordo de delação premiada.
A empresa de Madoff atraía investidores oferecendo altos níveis de rentabilidade, superiores a 10% ao ano. O dinheiro dos novos investidores era usado para pagar clientes antigos que queriam resgatar os recursos aplicados. Com a crise financeira nos Estados Unidos, as demandas por resgates aumentaram, desvendando a real situação: não havia dinheiro suficiente em caixa para remunerar todos os clientes de sua só vez.
Cerveró foi atraído para o esquema de Madoff por intermédio do suíço Peter Schmid, que era diretor da empresa e costumava orientar o ex-diretor da Petrobras em aplicações financeiras. Em 2008, Cerveró tinha depositados na Madoff sob a administração de Schmid US$ 2 milhões. Segundo o depoimento, “boa parte de suas aplicações estavam em fundos Madoff; que com a quebra desses fundos, o declarante perdeu cerca de 700 mil dólores”, diz a delação.
A conta aberta por Schmid foi bloqueada em 2010 pelo governo suíço e continuou nessa condição até 2013. A medida foi tomada depois que o nome de Cerveró apareceu nas investigações contra a multinacional Alstom. Cerveró fez um acordo com o Ministério Público suíço. Pagou 500 mil francos suíços como punição e fez doação de outros 50 mil francos suíços a uma instituição de caridade daquele país.