Rio de Janeiro (Folhapress) Pesquisa feito pelo Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) questiona um dos principais argumentos dos defensores da proibição do comércio de armas: pelo menos quase a metade das vítimas de armas de fogo entre 99 e maio de 2005 no estado não conhecia o autor.
Os defensores da proibição costumam sustentar que os crimes cometidos por armas de fogo, em sua maioria, são por pessoas conhecidas da vítima motivadas por brigas entre vizinhos, vinganças ou questões passionais. No entanto, o estudo indica que, das 25.618 vítimas de armas de fogo no Rio no período seja por homicídio doloso ou culposo, tentativa de homicídio, lesão corporal, lesão corporal seguida de morte e latrocínio (roubo seguido de morte) 49,3% não conheciam o autor dos disparos e só 5,7% tinham relação com o agressor. O restante não foi informado.
Autor do estudo, o sociólogo Michel Misse disse ter ficado surpreso com o resultado mas credita isso à falta de qualidade nas investigações. "A polícia não produz informação e deduziu que a maioria dos autores é desconhecida das vítimas", declarou.
Ele sustenta ainda que, entre as vítimas que desconhecem o autor, podem estar relacionadas as brigas de trânsito.