A ex-cabeleireira Adriana Almeida, viúva do milionário da Mega-Sena Renné Senna, fugiria para o exterior na terça-feira, se não tivesse sido localizada e presa pela polícia, segundo reportagem da repórter Gabriela Moreira, publicada no jornal "Extra" desta quarta-feira. Adriana, que foi indiciada por homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima), já estava com as malas prontas, nesta terça-feira, quando foi presa por policiais da 119ª DP (Rio Bonito), em um hotel em Camboinhas na Região Oceânica de Niterói, acusada de participação na morte do marido, que ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena.
Com o mandado de prisão temporária expedido desde a última quinta-feira, Adriana esteve em pelo menos cinco locais, até terça-feira. Foi por meio do Disque-Denúncia (2253-1177), às 8h52m, que a polícia conseguiu a localização exata da viúva. Surpreso com a prisão de sua cliente, o advogado de Adriana, Alexandre Dumans, disse que o pedido de prisão não tem fundamento.
- Vou entrar com um habeas corpus pedindo a liberação da minha cliente. A prisão temporária só é justificada quando a polícia tem fortes indícios e quando a investigada não colabora com a polícia - disse Dumans. - É mentira que ela estava tentando fugir. Ela poderia estar naquele hotel ou em Paris.
De acordo com a reportagem do "Extra", eram 12h20m quando Adriana atravessou a porta de entrada do luxuoso hotel Tio Sam, de mãos algemadas. Vestindo calça jeans, sandália rasteirinha e boné, ela aparentava calma e serenidade. Mas a tranqüilidade deu lugar ao desespero à medida que ela se afastava de Niterói, em direção ao Instituto Médico-Legal, no Centro do Rio. Na Ponte Rio-Niterói, sob olhares de curiosos motoristas, seu choro aumentou. Quando chegou no IML, 40 minutos depois, a calma e a serenidade exibidas na saída do hotel haviam ficado para trás. Aos prantos, a ex-cabeleireira caminhou, do carro da polícia até o local do exame de corpo de delito, dizendo:
- Sou inocente. É uma covardia o que estão fazendo comigo - disse, com o rosto vermelho de chorar.
A Justiça determinou o bloqueio dos bens de Renné, além da conta conjunta que a viúva mantinha com o marido e uma conta pessoal dela. A viúva também será interrogada na próxima semana sobre a morte do policial militar Davi Vilhena , ex-segurança do milionário. O policial foi morto em setembro do ano passado, dois meses após a polícia receber uma informação de que Renné seria seqüestrado. Ao saber do plano, o milionário ficou desconfiado e demitiu os seguranças.
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