A polícia investiga a hipótese de que a ex-cabeleireira Adriana Almeida, viúva do milionário Renné Senna, tenha avisado aos matadores o momento exato em que a vítima se encontrava no Bar do Penco, em Rio Bonito, onde foi executado com quatro tiros, no dia 7 de janeiro. A suspeita começou depois dos depoimentos de Creuza e Valéria Almeida, mãe e irmã da viúva de Renné, nesta quarta-feira. De acordo com o delegado Roberto Cardoso, titular da Delegacia de Homicídios (DH), os interrogatórios apontaram contradições com o depoimento da ex-cabelereira. O delegado já havia dito que há indícios de que a viúva seja a mandante do crime.

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Em seu depoimento, Valéria, que trabalha como babá dos três filhos de Adriana na fazenda, contou que, no dia do assassinato de Renné, a ex-cabeleireira saiu de casa duas vezes antes do crime. A afirmação contradiz a versão de Adriana, que, em depoimento na 119 DP (Rio Bonito), disse que havia saído da fazenda apenas uma vez, para fazer compras no mercado Império da Banha, no Centro de Rio Bonito.

— As duas saídas de Adriana de casa foram antes do crime. Quando ela voltou à fazenda da primeira saída, Renné já não estava em casa. Ela foi informada de que ele havia ido ao Bar do Penco, para comprar cigarros. Aí ela foi ao mercado, onde fez questão de pegar a nota fiscal — explicou o delegado.

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Ainda segundo o delegado, o depoimento de Cleuza reforçou os indícios de participação dos ex-seguranças de Renné no assassinato do PM David Vilhena, em setembro do ano passado, na Ilha do Governador. Ela teria afirmado que o ex-PM Anderson Souza tinha ciúmes de David, que era o segurança que tinha mais intimidade com o milionário e era considerado seu homem de confiança. Era ele quem fazia os curativos no milionário, que perdera as duas pernas por complicações da diabetes.

— Creuza revelou que Andeson dizia a Vilhena que não era função dele fazer curativos em Renné, mas apenas cuidar de sua segurança pessoal — contou.

Policiais da Delegacia de Homicídios passaram toda esta quarta-feira no interior da Fazenda Nossa Senhora da Conceição, no município de Rio Bonito, interrogando funcionários da propriedade, além da mãe e da irmã da viúva. A fazenda no distrito de Lavras era a residência do milionário e de sua esposa.Suspeitos estão presos

Todos os seis suspeitos de envolvimento com o crime que tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça já estão presos, entre eles a ex-cabeleireira Adriana Almeida, viúva do milionário. Presa há uma semana na carceragem feminina da Polinter em São Gonçalo, Adriana Almeida viu sua situação se complicar ainda mais nesta terça-feira. O delegado Roberto Cardoso, da Delegacia de Homicídios, disse ter encontrado indícios de que a viúva foi a mentora intelectual da morte do milionário.

- Posso afirmar que há indícios de que Adriana seja a mentora do crime. Tudo leva a crer que a morte foi articulada pelas seis pessoas que estão presas. O motivo do crime gira em torno da herança. Uma hipótese é de que o grupo teria medo de Adriana ser retirada do testamento por Renné - disse o delegado.

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