Recordista na velocidade de recuperação do prestígio político, voltando à cúpula do Congresso um ano depois de enfrentar dois processos de cassação que lhe custaram a presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) passou a ser reconhecido como "o homem mais forte da Casa". É hoje o mais poderoso articulador e operador do Senado. O seu "carimbo" é que empresta validade aos acordos na Casa. O líder do PT, senador Aloízio Mercadante (SP), e o do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que o digam. O primeiro viu sua negociação com os tucanos para acertar a divisão de poder na CPI da Petrobras não passar das primeiras conversas de bastidor ao esbarrar no veto de Renan. Já Jucá ensaiou uma manobra para assumir a relatoria da CPI e acabou descartado por Renan, que não o perdoou pelo ato de independência. Agora é o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), quem precisa do líder peemedebista como nunca para sobreviver à crise dos atos secretos e do nepotismo cruzado que atingiu a família e os aliados.
Em apuros
Na síntese de um "olheiro" do Palácio do Planalto, Renan Calheiros é também "o dono de um lote precioso de votos da base aliada", imprescindível a qualquer vitória do Planalto no Congresso. Para esse "olheiro", Renan só não é dono do PMDB porque "não tem a chave do cofre dos votos da convenção nacional", que decidirá as alianças na corrida sucessória de 2010.
Máfia dos bilhetes 1
A comissão de sindicância da Câmara dos Deputados aberta para investigar o abuso na emissão de bilhetes da cota de passagens áreas dos parlamentares deve entregar durante esta semana ao presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), um parecer com o resultado das investigações. Mas a comissão pode pedir a prorrogação dos trabalhos.
Máfia dos bilhetes 2
Os técnicos da Câmara analisam se há ou não uma espécie de máfia das passagens. A suspeita é que funcionários de gabinetes vendiam bilhetes da cota dos parlamentares para agências de turismo. Essas empresas, por sua vez, revendiam as passagens para clientes e repassavam parte dos recursos para funcionários. Entre os gabinetes investigados está o de Dilceu Sperafico (PP-PR), que emitiu passagens para Paris. Segundo os parlamentares, os bilhetes saíram em nome de pessoas que jamais viram.
Secreta
O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico, vai pedir informações ao Senado a respeito do desvio de função do servidor Amaury de Jesus Machado. Conhecido como "Secreta", Machado é do quadro efetivo da Senado, mas em vez de prestar serviço à instituição, trabalha há vários anos na casa da ex-senadora e governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB).
Código Florestal
O Diretório Nacional do PT divulgou um comunicado contrário às propostas de alterações do Código Florestal. Segundo nota oficial, o partido discorda da possibilidade de estados e municípios passarem a delimitar as APA (Áreas de Proteção Ambiental) e as ARL (Áreas de Reservas Legais) das propriedades. Em abril, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou mudanças no projeto de lei que define a divisão de competências entre União, estados e municípios no processo de licenciamento ambiental.
Inocentes
A reação do PT veio após o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva defender a adoção de incentivos para a preservação ambiental e afirmou que os colonizadores da Região Amazônica não podem ser chamados de bandidos porque desmataram no passado. Em seu discurso durante cerimônia de lançamento de um programa de regularização fundiária na Amazônia, em Alta Floresta (MT), ele se disse orgulhoso ao ver um cidadão que tinha 50 hectares de terra no Rio Grande do Sul hoje ter 2 mil hectares, casa e carro. "Está bem de vida porque produziu, trabalhou", resumiu.
Salários de servidores
A publicação da lista com os nomes e salários dos servidores públicos municipais de São Paulo agradou a gregos, mas deixou troianos insatisfeitos. Longe de ser uma prática pioneira no mundo, a publicidade em torno dos rendimentos dos servidores acontece há algum tempo nos vizinhos Peru e Paraguai, além do Chile e República Dominicana. Por lá, a medida não é considerada invasão de privacidade, tampouco instrumento de constrangimento dos servidores.
Transparência
Juan Pablo Olmedo, presidente do Conselho para Transparência do Chile, explica que a lei de acesso à informação pública exige que todas as repartições públicas do país informem o nome, bem como o salário de seus funcionários. Olmedo diz que não se considera invasão de privacidade porque são servidores públicos e seus salários são pagos com dinheiro de todos os chilenos.
Brizola
Homenagens de familiares, antigos aliados e da classe política em geral marcaram, ontem, os cinco anos de morte do ex-governador Leonel Brizola. Em São Borja (RS), onde está sepultado o corpo do "caudilho", ocorreu um ato em memória do ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, com a presença do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e outras autoridades.
Pinga-fogo
"A partir de 2003, o Paraná estancou a onda de privatização que varreu as empresas públicas na década de 90. É necessário, agora, garantir na Constituição Estadual a proteção de todo esse patrimônio e, portanto, qualquer alteração no regime das empresas públicas como Copel, Sanepar, Ferroeste e o Porto de Paranaguá só pode ser feita por meio de plebiscito."
Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), líder do governo na Assembleia Legislativa, anunciou que vai apresentar uma proposta de emenda constitucional para submeter a plebiscito qualquer tentativa de privatização das empresas estatais paranaenses.
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