Um dos delatores do esquema de corrupção da Petrobras, o lobista Fernando Soares (o Fernando Baiano) afirmou em depoimento à força-tarefa da Lava Jato que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu cerca de R$ 5 milhões em espécie, em seu escritório no Rio de Janeiro, além de crédito de R$ 300 mil em horas de voo em jato particular. Baiano afirma que o dinheiro era fruto de desvio de verbas de contratos para a fabricação de navios-sonda para a Petrobras.
Parte da propina foi repassada a Cunha em crédito no valor de R$ 300 mil em horas voo de um jato de propriedade de Julio Camargo, acrescenta o delator. Essa informação foi usada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para aditar a denúncia contra o presidente da Câmara. O crédito em voos foi disponibilizado pelo lobista e delator Julio Camargo, que devia US$ 5 milhões em suborno para Cunha. A propina devida era decorrente da venda de navios-sondas para a Petrobras. O suborno acertado na venda da sonda pelas empresas Samsumg e Mitsui foi de US$ 35 milhões, sempre segundo Baiano. Por causa da Operação Lava Jato, deflagrada em março de 2014, Cunha usou R$ 122 mil do valor a que tinha direito, em dez voos realizados entre julho e setembro do ano passado, numa época em que as investigações sobre desvios da Petrobras estavam em curso. Os voos teriam sido interrompidos, segundo a PGR, por causa do avanço investigação.
O presidente da Câmara negou na sexta-feira (16) envolvimento com atos ilícitos e de se disse vítima de perseguição política da procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
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