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Acordo para salvar Renan é "imoral", diz relator de processo

O relator do processo de cassação contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Jefferson Péres (PDT-AM), reagiu nesta segunda-feira (19) ao possível acordo dentro da base aliada para absolver o peemedebista em troca dos votos necessários à aprovação da proposta de prorrogação da CPMF até 2011. "Se esse `acordão´ estiver em marcha, e eu acho muito provável que esteja, será a desmoralização do Senado. Isso é espúrio e imoral", disse o senador, que na última quarta-feira (14) recomendou a cassação Renan.

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Oposição ameaça impedir acordo para salvar Renan

O DEM e o PSDB podem atrapalhar o acordo que estaria em curso para salvar em plenário, na próxima quinta-feira, o mandato do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O caminho seria a obstrução na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o parecer de Jefferson Peres (PDT-AM) pela cassação começa a tramitar nesta segunda-feira e teria que ser liberado até quarta-feira, para ir ao plenário na quinta. O relator do caso na CCJ é o líder tucano Arthur Virgílio (AM) e o presidente da CCJ é o democrata Marco Maciel (PE). A oposição tem força para obstruir a votação.

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O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), admitiu nesta segunda-feira (19) que a votação do processo contra Renan Calheiros (PMDB-AL) em plenário pode ficar para dezembro, por conta da manobra da oposição para adiar a votação da cassação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. "Isso é ruim para o governo. Prejudica a negociação da CPMF. Cria dificuldades. Vai se criar uma confusão. Vai se criar uma intimidade entre o caso Renan e a CPMF", avalia Viana.

O presidente interino do Senado explicou que o relator do projeto de resolução na CCJ que pede a cassação de Renan Calheiros, Arthur Virgílio (PSDB-AM), pode pedir um prazo de cinco dias, contados a partir desta segunda-feira, para apresentar o parecer. Depois, teria mais cinco dias úteis, no caso de vista ao relatório, que pode ser pedida por qualquer integrante da CCJ. Sem contar o pedido de diligências, previsto no regimento. "Não fui eu que inventei o regimento. Eu nem estava aqui quando ele foi criado", ironiza o relator.

CPMF

Neste caso, o julgamento de Renan por conta da acusação que envolve a suposta sociedade à aquisição de emissoras de rádio e de um jornal em Alagoas pode acontecer dentro de três semanas, avançando sobre o mês de dezembro e coincidindo com a votação da CPMF em primeiro turno. O relator no Conselho de Ética foi o senador Jefferson Péres (PDT-AM).

Um parlamentar do Democratas, ligado às articulações para derrubar a prorrogação da CPMF, resumiu o objetivo do líder do PSDB. "É claro que é para embolar o meio de campo. É para melar a articulação do governo na CPMF", disse.

Os líderes governistas saíram a campo para se rebelar contra a decisão de Virgílio. "Não estou entendo a oposição. Não há um acordo para que essa matéria fosse votada até o dia 2? Eles [da oposição] estão tentando criar uma confusão porque perderam a tese e a relatoria da CPMF", rebate a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).

Alternativa

Tião Viana, no entanto, não perdeu a esperança de votar a matéria ainda nesta quinta-feira. Ele lembrou que os líderes aliados podem apresentar um requerimento de urgência na reunião da Comissão de Constituição e Justiça, nesta quarta-feira (21), para evocar a matéria ao plenário. "O PSDB vai utilizar os recursos regimentais para atrasar a votação da matéria. Mas os líderes podem apresentar requerimento de urgência para evocar a matéria ao plenário. A palavra fica com o líder do PMDB e com os líderes dos partidos envolvidos com o caso", disse Viana.

Tião Viana pretende convocar uma reunião de líderes no final da manhã desta terça-feira (20) para discutir o caso Renan e os prazos de tramitação da CPMF.

Renan

A licença de Renan da Presidência da Casa termina na próxima segunda-feira (26). Em caso de adiamento da votação em plenário, o presidente licenciado da Casa pode renovar a licença por um novo período de 45 dias ou mesmo retornar às funções na Presidência. Ele desautorizou qualquer especulação sobre a renúncia dele, antes do julgamento.

O peemedebista informou, por meio da assessoria, que não vai se pronunciar sobre a decisão de Arthur Virgílio. Para interlocutores, Renan também avaliou que a decisão do líder tucano tem o único objetivo de prejudicar a negociação visando aprovar a CPMF. "[o governo] Tem muita água pela frente para chegar ao mar", afirmou Virgílio, ao ser questionado sobre a implicação do adiamento do desfecho do caso Renan com a votação da CPMF.

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