Zucchi: deputado teria o apoio do PT, PDT e de parte do PMDB| Foto: Naani Gois/Alep
Garcia: tucano teria votos do próprio PSDB e de alguns peemedebistas
Bonilha: candidato de Beto Richa corre risco na eleição secreta
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O governador Beto Richa (PSDB) entrou ontem com força na campanha para eleger o procurador-geral do Estado, Ivan Bonilha, como conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná (TC), na vaga sub judice de Maurício Requião. Segundo o comentário dos parlamentares na Assembleia Legis­­lativa do Paraná (Alep) – responsáveis por eleger o novo conselheiro – o governo percebeu que a candidatura de dois deputados – Nelson Garcia (PSDB) e Augustinho Zucchi (PDT) – têm forte simpatia dentre os colegas. Como a eleição será secreta, Richa percebeu que precisa agir para garantir a escolha de Bonilha. Ao todo, 17 candidatos concorrem à vaga.

"Se a eleição fosse hoje, certamente um deputado seria eleito", declarou um parlamentar de oposição. "Na minha opinião, o Bonilha perderia por uma diferença de sete votos", palpitou um deputado da base do governo. Depois que o presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), confirmou que o voto dos deputados será secreto, aumentou muito a chance dos parlamentares "traírem" o governo e não acatarem a indicação de Bonilha. Se a escolha fosse aberta, os deputados temiam ser retaliados pelo governo caso votassem em outro nome que não o procurador.

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Com o cenário de "revolta" na base governista, vários parlamentares receberam ligações de membros do governo sondando a posição de cada um sobre a eleição e cobrando fidelidade. Um jantar estaria marcado para a próxima segunda-feira à noite, véspera da eleição marcada para a sessão de terça-feira. Richa iria se reunir com os deputados para garantir a eleição de Bonilha.

Há rumores também de que o governo estadual estuda pedir para que os dois secretários de governo oriundos da Assembleia – Durval Amaral (Casa Civil) e Luiz Cláudio Romanelli (Trabalho) – exonerem-se da função na semana que vem para retomarem os mandatos de deputado somente para participar da eleição de terça. Seria uma medida a mais para tentar garantir maioria de votos para Bonilha.

Pelo lado contrário, parlamentares articulam também a tentativa de que um dos dois deputados candidatos à vaga do TC desista e os parlamentares possam concentrar os votos em um só colega para fazer frente ao procurador. "Isso surgiu. Não se sabe de quem nem de onde. Já me falaram disso. Porém, não tem nada certo", garantiu Zucchi, um dos candidatos.

Todas essas articulações, porém, eram feitas antes da decisão liminar da 4.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, que suspende o cancelamento da nomeação de Maurício Requião e, consequentemente, a eleição da semana que vem (leia mais na reportagem acima).

De acordo com estimativas dos próprios deputados, a tendência é de as bancadas do PT, PDT e de parte do PMDB apoiarem Zucchi. O deputado teria apoio ainda da bancada suprapartidária formada por integrantes do PRB, PSB e PSC. Já Nelson Garcia teria votos com deputados do próprio PSDB – dividindo a bancada do partido do governador –, em parte do PMDB e de parlamentares de partidos pequenos.

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Atualmente, cada um dos deputados teria cerca de 20 votos cada. Já os deputados fiéis ao governo, parlamentares principalmente do PSDB, PPS e DEM, garantiriam apenas 15 votos para Ivan Bonilha. "A Assembleia deve ter mais de 70 deputados, de acordo com as estimativas que ouço. Tem parlamentar prometendo votos para os dois lados", disse um peemedebista. "O Bonilha vai ser eleito com [uma margem de] 30 a 40 votos", garantiu o líder do governo, Ademar Traiano (PSDB).