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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), saiu em defesa do voto secreto no Congresso nesta quarta-feira (26). Disse que é uma "conquista da democracia".

"Eu sou favorável. O voto secreto foi uma conquista da democracia. O voto secreto existe para proteger as pessoas da pressão do poder político, do poder econômico e também hoje de setores da própria mídia. O voto secreto existe para isso porque senão as pessoas se sentirão pressionadas", declarou, ao chegar ao Senado, nesta quarta-feira (26).

Por outro lado, o presidente do Senado ponderou que essa decisão não cabe a ele. "Eu não posso substituir o Senado, eu sou apenas um senador que preside o Senado e que vota em algumas circunstâncias, outras não. Eu só voto se houver empate. Tudo tem que ser decidido coletivamente, em associação pelos senadores, pelos membros do senado", afirmou.

Acordo

O presidente do Senado também comentou o acordo fechado entre governo e oposição, na terça-feira (25), para desobstruir a pauta do plenário. A oposição se recusa a retomar as votações no plenário desde a absolvição de Renan, há duas semanas. Disse que, no que depender dele, "vai botar o Senado para andar".

"Os líderes fizeram um entendimento. Eu disse a vocês que iria estimular como pudesse o entendimento. De modo que, se depender de mim, vamos cumprir o entendimento e botar o Senado para andar, que é isso que o país quer. O país quer que nós trabalhemos, que o Senado trabalhe", afirmou.

Pelo acordo, costurado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a oposição concordou em votar cinco medidas provisórias que estão trancando a pauta do plenário. Em troca, exigiu que o plenário analise o projeto de resolução que termina com as sessões secretas na votação de processos de cassação de mandato. E que a proposta de emenda constitucional (PEC) que acaba com o voto secreto no Congresso seja votada.

Por outro lado, como ainda pode ser alvo de dois processos de perda de mandato no plenário da Casa, Renan deve trabalhar para que a PEC não entre em discussão.

"Imagina uma corporação votando o julgamento de um membro da corporação no voto aberto. O que é que setores da mídia não vão fazer para que a pessoa vote daquela maneira? Então, o voto secreto é uma conquista da democracia", afirmou.

Conselho de Ética

O Conselho de Ética reúne-se nesta quarta para analisar o parecer do senador João Pedro (PT-AM) sobre o segundo processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, por quebra de decoro parlamentar. Renan é acusado de tráfico de influência para que uma cervejaria tivesse o ‘perdão’ de uma dívida de R$ 100 milhões com o INSS. O objetivo seria facilitar a aquisição pela Schincariol de uma fábrica em Alagoas, de propriedade do deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão de Renan.

O relator confirmou que vai pedir a paralisação do processo. Ele argumenta que deve aguardar as investigações da Câmara sobre o suposto envolvimento do deputado Olavo Calheiros no episódio.

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