A questão do voto universal não é consenso entre especialistas de gestão escolar ouvidos pela Gazeta do Povo. Mas todos os entrevistados, que atuam fora do Paraná, ressaltam que o modelo existente hoje para a escolha dos diretores é um dos mais avançados do Brasil.
O professor da USP Vitor Henrique Paro diz que o voto universal é o caminho ideal, desde que a comunicação sobre a realidade circule bem na comunidade escolar. “A escola é para o povo, que tem a prerrogativa da escolha”, afirma, acrescentando que não aprova a gestão de Beto Richa (PSDB) na educação. Ele alerta, porém, para a possibilidade de retrocessos. “O Paraná está muito à frente de vários estados, inclusive São Paulo, pela luta constante dos professores.”
Jeannette Ramos, professora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab), em sua dissertação de mestrado finalizada em 2003 criticava o voto universal, mas mudou de ideia com o tempo. “Tanto o voto universal quanto o paritário têm possibilidades interessantes. Em um deles se empodera os alunos, na outra os professores e funcionários.”
Para Erasto Fortes Mendonça, pesquisador de gestão educacional na UnB, o ideal é a distribuição equânime entre o voto dos usuários (pais e alunos), e o voto dos profissionais (professores e funcionários), como já ocorre hoje no Paraná. “Não é democrático permitir que um segmento defina a eleição. Quanto maior a escola, maior o número de pais e alunos, e são eles que vão eleger o diretor. O mais justo nesse caso de escola é o peso igualitário”, destaca.
Os três especialistas concordam, entretanto, que não é apenas a existência da eleição que garante uma gestão democrática na escola. “A democracia se faz no cotidiano, em conversas sobre melhorar a educação. Infelizmente, muitas vezes os interesses corporativos, seja de professores ou alunos, fala mais alto”, afirma Jeannette.
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