A presidente Dilma Rousseff se pronunciou, na tarde desta segunda-feira (18), pela primeira vez após a votação do impeachment na Câmara que encaminhou o processo para o Senado.
No pronunciamento, ela se defendeu dos supostos crimes de responsabilidade que embasaram o pedido de impeachment, criticou a oposição que trabalhou para levar o processo até o Senado e fez ataques ao vice-presidente Michel Temer, o qual chamou de conspirador. No fim, disse que vai lutar para permanecer na Presidência.
“Considero que esse processo não tem base de sustentação e por isso me sinto injustiçada. Assisti ao longo da noite de ontem todas as intervenções e não vi uma discussão sobre o crime de responsabilidade. Eu recebi 54 milhões de votos e me sinto indignada com a decisão que recepcionou a questão da admissibilidade do meu impeachment”, disse.
Ela comentou sobre as pedaladas fiscais, principal motivo para o pedido de impedimento assinado por Miguel Reale Jr., Miguel Bicudo e Janaína Paschoal. “Os atos que me acusaram foram praticados baseados em pareceres técnicos. Nenhum deles beneficia a mim pessoalmente.Saio dessa questão dos atos com a consciência tranquila porque pratiquei atos que são praticados por todos os presidentes da República”, falou.
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Leia a matéria completaA presidente Dilma Rousseff voltou a tratar o processo como um golpe, defendendo os resultados da eleição realizada em 2014. “Um golpe de estado, não tradicional como da minha juventude, mas da minha maturidade. É um golpe, em que se usa uma aparência de processo legal e democrático para perpetrar ,talvez, o mais abominável crime a uma pessoa, que é condenar um inocente. Nenhum governo será legítimo sem ser por obra do voto secreto, direto, numa eleição convocada previamente para esse fim”, continuou.
Na sequência, atacou o vice-presidente Michel Temer, principal articulador do processo de impeachment na Câmara e agora no Senado. “Essa tentativa de eleição indireta se dá porque aqueles que querem ascender ao poder não têm votos para tal.É importante reconhecer que é inusitado, estranho, estarrecedor que um vice-presidente em exercício do seu mandato conspire contra a presidente, abertamente. Em nenhuma democracia do mundo, uma pessoa que fizesse isso seria respeitada”, completou.
No fim do pronunciamento, ela garantiu que não vai renunciar e que vai enfrentar o processo até o fim. “Tenho ânimo, força e coragem suficiente para enfrentar, apesar de que com um sentimento de muita tristeza, essa injustiça. Mas tenho força, ânimo e coragem. Não vou me abater e me deixar paralisar com isso. Vou continuar lutando, como fiz ao longo de toda minha vida”, fechou.
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