Os líderes partidários pressionaram o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), na segunda-feira (23), para que ele oficialize sua abstenção da condução dos trabalhos no plenário da Casa. Ele ficou de analisar a sugestão.
Informalmente, Maranhão já se comprometeu a deixar a condução dos trabalhos a cargo do segundo vice-presidente da Casa, o deputado federal Fernando Giacobo (PR-PR). Mas a intenção dos líderes é que Maranhão abra mão de conduzir as sessões não somente por meio de um acordo verbal. Eles querem que Maranhão invoque trecho do artigo 17 do regimento interno da Casa, no qual “o presidente poderá delegar aos vice-presidentes competência que lhe seja própria”. A ideia seria dar mais força e estabilidade para Giacobo.
Paralelamente, corre nos bastidores que o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado por decisão do Supremo Tribunal Federal, também voltou a ser procurado por aliados para que o peemedebista renuncie à cadeira máxima, o que abriria a possibilidade de convocação de uma eleição.
Na semana passada, Giacobo estreou na condução das sessões e, na segunda-feira (23), também presidiu os trabalhos, tumultuados pelo escândalo envolvendo o senador Romero Jucá (PMDB-RR), ministro afastado do governo Michel Temer.
Segundo pessoas próximas a Giacobo, o paranaense tem gostado da tarefa. Na segunda-feira (23), ele estava entre os políticos que foram receber o presidente interino da República, Michel Temer, no Senado. Temer foi pessoalmente entregar a proposta de revisão da meta fiscal.
Giacobo tem tentado conduzir as sessões de forma “protocolar”. Mas as sessões prometem ser tumultuadas e líderes da base aliada voltam a se preocupar com o plenário, que precisará votar medidas da agenda Temer.
Na segunda-feira (23), na Câmara dos Deputados, embalada pelo caso Jucá, a oposição conseguiu fazer barulho, e levou a sessão conduzida por Giacobo até de madrugada, com a aprovação de uma única matéria – a Medida Provisória 708/2015, que autoriza a União a reincorporar trechos da malha rodoviária federal transferidos aos estados e ao Distrito Federal. A matéria agora segue para votação no Senado.
Apresentando sucessivos requerimentos, a oposição, formada por PT, PDT, PCdoB, PSol e Rede Sustentabilidade, embora minoritária, demonstrou que tem força no plenário para embaralhar a votação e incluir temas que desgastam o governo Temer.
Em um dos episódios mais acalorados da sessão, Giacobo chegou a cortar o microfone do deputado federal Edmilson Rodrigues (Psol-PA) porque ele não soube responder se discutia a favor ou contra a MP 708/2015 e usava o tempo para marcar posição contra o governo Temer. Rodrigues chegou a pular da tribuna até a Mesa Diretora para reivindicar o seu tempo de fala e Giacobo recuou.
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