Em depoimento à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (11), o ministro da Defesa, Waldir Pires, defendeu a desmilitarização do controle de vôo no Brasil. "É evidente que essa evolução deve ser feita, mas com a preservação da capacidade que o Brasil deve ter para defender seu espaço aéreo", afirmou.

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Pires participa de audiência pública na Câmara com parlamentares das comissões de Fiscalização Financeira e Controle, de Defesa do Consumidor, e de Turismo e Desporto. Segundo ele, a maioria dos países adota um modelo civil para os controladores de vôo.

A opinião dele sobre a desmilitarização, porém, não é compartilhada pelo comandante da Aeronáutica, Juniti Saito. Também presente à mesma audiência, Saito preferiu ficar em cima do muro sobre o tema. "Não somos (Aeronáutica) nem a favor ou contra. Estamos cumprindo missão constitucional. A solução é técnica, formar mais controladores", disse. "O tráfego está congestionado por absoluta falta de controladores", ressaltou.

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Ausência

O ministro Waldir Pires se defendeu ainda das acusações de que abandonou Brasília no dia 30 de março, quando controladores de vôo de Brasília fizeram greve, causando um caos no sistema aéreo do país. Pires argumentou que somente o comando da Aeronáutica poderia fazer alguma coisa naquele dia, além da intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Em que país europeu o Ministério da Defesa é gestor de tudo? A competência de administrar é da Aeronáutica, do comando da Aeronáutica, não é do ministro da Defesa", disse o ministro.

CPI

Waldir Pires, aliás, foi questionado sobre a instalação da CPI do Tráfego Aéreo, arquivada na Câmara e que aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). "A CPI não pode estar a serviço de manipulações. Tem que ter base de ética. Não permitir que se faça disso um instrumento de luta política", disse.

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Pires e Saito estão na Câmara desde às 10h desta quarta. Além deles, estão presentes também o diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Sérgio Silveira Zuanazzi, o presidente da Infraero, José Carlos Pereira, o presidente da Associação Brasileira de Agentes de Viagens (Abav), João Pereira Martins Neto, e a presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), Jeanine Pires.

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