O ministro da Defesa, Waldir Pires, negou nesta sexta-feira que exista um "buraco negro" na comunicação entre os controles de vôo de Brasília e Manaus (AM). O ministro afirmou que tinha conhecimento das 19 tentativas que os pilotos do Legacy fizeram para contatar o controle de vôo, revelada no relatório preliminar da Comissão de Investigação da Aeronáutica sobre o acidente da Gol , e afirmou que a informação de que houve 24 minutos de demora para que os controladores tentassem fazer contato com o jato é uma apresentação preliminar. Segundo o ministro, o objetivo da Aeronáutica é conhecer as falhas para que possa reduzi-las ou suprimi-las.

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- As informações que eu tenho é que não há buraco negro. A informação que tenho é que os espaços se superpõem. O Cindacta de Manaus atravessa a sua área e o Cindacta de Brasília também atravessa a área de Manaus. Então não há propriamente buraco negro. Não há nenhum acidente a rigor de que as falhas não sejam decorrentes de uma, duas ou três causas, humanas ou de natureza técnica - afirmou o ministro.

Nesta sexta-feira foi realizada a primeira reunião do Grupo de Trabalho Interministerial que fará diagnóstico e análise da situação do Sistema de Controle do país. A expectativa do ministro da Defesa, que preside o grupo, é de que durante as festas de Natal e Ano Novo os problemas de atrasos de vôo sejam minimizados. Ele evitou assegurar que os problemas de controle de vôo estarão resolvidos até os feriados de final de ano, mas afirmou que espera isso aconteça. O grupo tem prazo de 60 dias para propor soluções.

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- Não temos controladores de sobra, não temos reserva de controladores. A angústia desta hora foi isto, não há alternativas, não posso chegar e dizer que pago qualquer preço para virem controladores de vôo, não existe isso. Esta angústia está sendo resolvida por uma participação ativa de todo o pessoal - disse Waldir Pires.

O ministro apontou quatro medidas que estão sendo adotadas pelo governo para tentar reduzir os problemas. Ele disse que estão sendo realizadas 60 contratações de controladores de vôos; 18 requisições que já foram feitas a outros setores; a abertura de concurso público e a formação mais ampla de profissionais nas escolas de Guaratinguetá e de São José dos Campos. Porém, o concurso público somente poderá ser realizado 60 dias após a eleição, conforme a legislação.

Uma das propostas que será analisada pelo grupo é a delegação do controle do tráfego aéreo a uma instituição civil. O ministro afirmou que isto acontece na maioria das nações do mundo, como em países da Europa, Estados Unidos, Ásia e Oceania.

- O comando militar é só em uma coisa que nós não temos como abrir mão que é a soberania do espaço aéreo brasileiro - afirmou o ministro da Defesa.

Além do ministro Waldir Pires, fazem parte do grupo membros dos ministérios da Fazenda, do Planejamento, da Aeronáutica, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da Infraero, da Advocacia Geral da União, além de representantes dos sindicatos das empresas aéreas, e dos controladores de vôo. A próxima reunião do grupo será na próxima quarta-feira.

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Nesta quinta-feira a Infraero mudou a metodologia de cálculo do atraso dos vôos . De acordo com a estatal, agora só serão considerados atrasos superiores a 45 minutos. Até então, todos os atrasos de mais de 15 minutos estavam sendo computados. A justificativa para a mudança seria a que atrasos inferiores a 45 minutos, "é a que melhor expressa os atrasos da aviação comercial, haja visto que atrasos de 15 a 30 minutos são considerados aceitáveis na rotina de vôos".