O deputado Wanderval Santos (PL-SP) disse, em depoimento no Conselho de Ética, que não tem responsabilidade sobre a retirada de R$ 150 mil feita no Banco Rural em dezembro de 2003 por seu motorista, Célio Siqueira. Segundo o deputado, o motorista ficava à disposição do então líder do partido na Câmara, o ex-deputado Carlos Rodrigues (Bispo Rodrigues), de quem recebeu a ordem de ir ao banco pegar um pacote. Wanderval contou que não ficou sabendo da ida de seu motorista ao banco, e que Célio Siqueira não sabia que se tratava de dinheiro.
Wanderval disse ainda que ficou indignado com Siqueira quando ficou sabendo que se tratava de dinheiro, mas explicou que não puniu o motorista porque ele cumpria ordens de Rodrigues. Segundo o deputado, o motorista fazia vários serviços para o ex-deputado, como compras, transporte da filha dele à faculdade e busca de pessoas no aeroporto, uma vez que Rodrigues não tinha motorista particular.
Wanderval afirmou que todos os deputados da Igreja Universal do Reino de Deus eram subordinados a Rodrigues, que era o coordenador político da igreja.
- O mandato não é do parlamentar, é da igreja - afirmou. - Ele (Rodrigues) me deu ordem para eu sair do PTB e ir para o PL.
Espantado com a declaração, o relator do processo, Chico Alencar (PSOL-RJ), disse que existe um sistema paralelo no Congresso, no qual a Universal controla o mandato dos parlamentares. Segundo ele, isso é "absolutamente indecoroso, ilícito e aético".
- O detentor de um mandato que não o detém, quem o detém é a igreja, há uma chefia sobre o mandato - afirmou Chico Alencar.
Wanderval explicou que a Universal levou para o Congresso a disciplina aplicada aos religiosos. Segundo ele, os deputados do PL ligados à Universal eram submissos a Rodrigues. O deputado disse também que, por isso, os funcionários de seu gabinete ficavam à disposição do Bispo Rodrigues.
Wanderval responde a processo por quebra de decoro parlamentar por ter sido citado no relatório parcial conjunto das CPIs dos Correios e do Mensalão. Ele entregou ao presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), os dados relativos aos seus sigilos bancário e telefônico. O deputado afirma que é inocente e que está sendo citado porque o seu motorista aparece como um dos sacadores das contas de Valério.
- Marcos Valério afirma que não me conhece e que nunca me viu - insistiu.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), relator do processo contra Wanderval, já havia dito que pediria que Wanderval abrisse mão dos sigilos fiscal e telefônico e apresentasse um documento com informações sobre sua evolução patrimonial.
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