O deputado Wilson Lima (PR) foi eleito nesta terça-feira (2), por 15 votos, presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Aliado do governador do DF, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), ele vai comandar os trabalhos da Casa durante a análise dos processos de impeachment. O governador é apontado em inquérito do Ministério Público como o comandante de um suposto esquema de corrupção. Houve uma ausência e uma abstenção.

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Wilson Lima assume o cargo no lugar de Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM), que renunciou depois de ser afastado provisoriamente pela Justiça. Ele seria um dos participantes do esquema de distribuição de propina a aliados do governador e foi flagrado guardando dinheiro nas meias.

A presidência foi assumida interinamente por Cabo Patrício (PT), que convocou eleições na terça-feira (26). Patrício foi o candidato da oposição, mas obteve apenas sete votos, já que parlamentares governistas são ampla maioria na Câmara Legislativa.

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Caberá a Wilson Lima convocar eleições para a Comissão de Constituição e Justiça e cobrar as indicações dos partidos para formar os membros da Comissão Especial, que irão analisar os processos de impeachment contra Arruda. Lima também terá de convocar os suplentes que vão assumir o cargo de oito deputados nos julgamentos que envolvem o governador, já que a Justiça do DF também determinou o afastamento dos parlamentares envolvidos no escândalo.

Lima já vendeu picolés

Lima ocupava antes a 1ª secretaria da Mesa Diretora. Ele também já ocupou um cargo de segundo escalão do governo Joaquim Roriz (então no PMDB, hoje no PSC), em 2002. Segundo o site da Câmara, o novo presidente, que é empresário do ramo de supermercados, "vendeu picolés, foi frentista, mecânico, lanterneiro, pintor, balconista e cobrador de ônibus."

O deputado, que é da base governista, apareceu no programa eleitoral do partido defendendo o governador Arruda. Em seu gabinete, existe um painel no qual aparece em fotos ao lado do governador. Lima nega, no entanto, que seu nome tenha sido indicado por Arruda.

O esquema de corrupção no governo do DF veio à tona no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora. No inquérito, Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina. O crime foi denunciado pelo ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa.

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Mensagem de Arruda

No início da sessão desta terça, uma mensagem do governador Arruda foi lida pelo secretário de governo do DF, Flávio Giussani. No texto, o governador diz que sua "única ambição" é continuar no cargo até as próximas eleições. "Hoje venho a esta casa despido de amarras partidárias e pretensões políticas. Estou diante dos senhores como um administrador. Tenho apenas uma ambição, continuar meu governo e ser um administrador um tocador de obras em tempo integral", disse Arruda na carta.

O governador afirmou na mensagem que "toda crise" tem um fim e que pretende concluir as obras iniciadas em seu governo. "Toda crise passa. O que diferencia é a escolha de cada um para enfrentá-la. Minha posição é clara. Meu compromisso é com o trabalho, com Brasília, com os brasilienses".

Arruda disse sofrer com as denúncias contra ele, mas disse se "entusiasmar" com as obras que pretende inaugurar. "De um lado, a dor das denúncias que agridem e massacram, mas que serão esclarecidas a seu tempo, no devido processo legal. De outro, o entusiasmo de apesar de tudo cumprir cada um dos meus compromissos com Brasília."

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