A blogueira e ativista cubana Yoani Sánchez cobrou ontem do governo Dilma Rousseff um "posicionamento mais enérgico" e "duro" ao abordar o tema de direitos humanos com o governo de Raúl Castro. "Tem faltado dureza ou franqueza na hora de falar do tema de direitos humanos na ilha [Cuba]. Tem havido silêncios demais. Os povos não esquecem", afirmou Yoani, que participou na manhã de ontem, na capital paulista, de uma conversa com jornalistas e leitores do jornal O Estado de S. Paulo.
No Brasil desde segunda-feira, em sua primeira viagem internacional em nove anos, Yoani se transformou num tema de embates entre manifestantes e parlamentares pró e contra a ditadura comunista de Cuba, provocando protestos e situações de tensão. "É a multiplicação por dez do que eu esperava", disse, sobre a repercussão da visita feita à Bahia, a primeira escala no país, e ao Congresso, anteontem.
Sobre os protestos, ela disse ter se surpreendido com "a virulência e a repetição" das manifestações e criticou os que impediram a exibição do filme Conexão Cuba Honduras, do cineasta baiano Dado Galvão, na segunda-feira, em Feira de Santana (BA). "Impedir as pessoas de falar não é democracia nem pluralidade. É fanatismo."
Em todos os compromissos do dia, a ativista foi questionada sobre o futuro de Cuba e os alcances das reformas econômicas de Raúl Castro. Quanto à ausência de levantes ou protestos populares na ilha, ela atribuiu a situação ao envelhecimento da população e ao interesse dos jovens insatisfeitos de imigrar para fora da ilha e não de mudar o sistema. "A maioria dos meus compatriotas prefere mostrar sua valentia enfrentando tubarões no estreito da Flórida do que enfrentar repressores nas ruas", disse.
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