Atrás de mais benefícios, o doleiro Alberto Youssef está colaborando com diferentes órgãos de fiscalização. Nesta quinta-feira (23), foram quatro horas de depoimentos para Procuradoria Geral da República (PGR) e para Controladoria Geral da União (CGU). Youssef foi ouvido na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde ele está preso desde março de 2014, quando foi deflagrada a Operação Lava Jato.
O teor dos depoimentos não foi divulgado. “Vários depoimentos são prestados nesse momento e poucos fatos novos são inaugurados”, disse o advogado Tracy Reinaldet, que acompanhou o doleiro nesta quinta-feira. “O que acontece é um aprofundamento no nível de detalhe de cada fato que foi objeto da colaboração do Alberto até então”, completou.
Segundo Tracy Reinaldet, Youssef pretende aumentar os benefícios do acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF). “A colaboração do Alberto é muito efetiva e extrapolou o âmbito inicial dela, razão pela qual ele poderia pleitear benefícios melhores do que os que foram acordados no acordo de colaboração”, diz o advogado. Entre as cláusulas do acordo, está estipulado que o tempo de prisão do doleiro deve ser de três a cinco anos para todos os crimes.
De acordo com Reinaldet, Youssef deve continuar depondo nos próximos dias. “Provavelmente ele continuará nesta rotina extensa de depoimentos”, afirma o advogado.
Outros depoimentos
O lobista F ernando Soares também foi chamado para depor nesta quinta-feira (23) na Polícia Federal. Ele foi ouvido pela Procuradoria Geral da República. O teor não foi confirmado pela força-tarefa, nem pelo advogado Nélio Machado, que defende Soares. “Presumo que seja sobre a aquisição das duas sondas em 2006 e 2007”, disse Machado.
Waldomiro Oliveira, dono das empresas MO Consultoria, RCI Software e Empreiteira Rigidez – usadas pelo doleiro Youssef para lavar dinheiro – também foi ouvido pela força tarefa. De acordo com o advogado Haroldo Nater, Oliveira foi convocado para prestar esclarecimentos sobre pagamentos feitos para empresas de fachada que ainda não tinham vindo à tona nas investigações.
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