Justiça Federal condena doleira da Lava Jato a 18 anos de prisão
Saiu nesta quarta-feira (22) a segunda sentença referente a Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), que investigou a atuação de diversos doleiros no país. Na ação penal que trata de operações no mercado negro de câmbio, o juiz federal Sérgio Moro condenou a doleira Nelma Kodama a 18 anos de reclusão e multa de R$ 362 mil. Ela é acusada de operar no mercado paralelo de câmbio e foi condenada pelos crimes de evasão de divisas, operar instituição financeira irregular, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Petrobras informa à CPI que diretor não irá depor hoje
A Petrobras encaminhou na manhã desta quarta-feira, 22, à CPI mista que investiga a estatal um ofício em que avisa que o diretor de Abastecimento da companhia, José Carlos Cosenza, não vai depor esta tarde.
A defesa de Alberto Youssef informou que vai apresentar ainda nesta quarta feira (22), à Justiça Federal em Curitiba (PR) um pedido de impugnação do depoimento de Leonardo Meirelles - suposto testa de ferro do doleiro nas indústrias farmacêuticas Labogen. Em depoimento na segunda-feira (20), Meirelles afirmou que o doleiro mantinha relação com o PSDB e com ex-presidente nacional do partido e ex-senador Sérgio Guerra (PE), morto em março. O criminalista Antônio Figueiredo Basto, que defende Youssef, disse que pedirá ainda uma acareação entre os dois - o doleiro e Meirelles são réus em um dos processos da Operação Lava Jato sobre superfaturamento nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
"Meu cliente afirma peremptoriamente que nunca falou com Sérgio Guerra, nunca teve negócio com ele e nunca trabalhou para o PSDB", afirmou o criminalista Antônio Figueiredo Basto. "Estamos pedindo uma impugnação do depoimento do Leonardo e uma acareação entre eles."
Meirelles é apontado como laranja de Youssef no laboratório Labogen, indústria de remédios que estava falida e que o doleiro usou para tentar conquistar um contrato milionário com o Ministério da Saúde, na gestão do então ministro Alexandre Padilha, para fornecimento de medicamentos. Segundo o Ministério o contrato não chegou a ser assinado.
O negócio teria sido intermediado, segundo a PF, pelo deputado federal André Vargas (sem partido-PR), que foi flagrado usando um jato pago pelo doleiro. Meirelles afirmou à Justiça Federal, em audiência da segunda feira, 20, que Youssef trabalhava também com o PSDB, além dos partidos PT, PMDB e PP.
Ele disse ter ouvido o doleiro citar o nome de Guerra em uma conversa telefônica e ainda citou "um outro parlamentar" tucano da mesma região do doleiro.
O repasse de R$ 10 milhões a Guerra teria dito na delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Segundo ele, a verba foi paga por uma empreiteira investigada na Lava Jato.
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