Em depoimento a investigadores da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef disse ter pago R$ 3 milhões de propina a João Abreu, ex-chefe da Casa Civil da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB). O pagamento teria sido feito para que o governo maranhense antecipasse às construtoras UTC/Constran o pagamento de um precatório (título de dívida reconhecida pela Justiça) de R$ 120 milhões.
Youssef admitiu que intermediou o pagamento. Pelo "serviço", disse ter recebido a quantia de R$ 10 milhões a título de comissão.
As informações vieram a público porque o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, decidiu ontem compartilhar com a Secretaria de Transparência e Controle do Maranhão as informações sobre supostas irregularidades na quitação do precatório.
De acordo com Moro, nos depoimentos prestados por Youssef em regime de delação premiada "há descrição do fato, com afirmação de que o pagamento do precatório foi viabilizado mediante pagamento de propina a João Abreu, na época chefe da Casa Civil do Estado do Maranhão".
Inicialmente o caso seria julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), já que Roseana tinha foro privilegiado devido ao cargo de governadora. Em dezembro do ano passado, porém, Roseana renunciou ao governo do estado alegando problemas de saúde.
Outro lado
A ex-governadora nega que conheça ou tenha estado com o doleiro Alberto Youssef. A reportagem não conseguiu localizar João Abreu.
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