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O diretor-presidente da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), Carlos Alberto Caser, reconheceu nesta quinta-feira (27) que o doleiro Alberto Youssef foi recebido na sede do fundo de pensão da Caixa Econômica Federal e chegou a indicar proposta de investimento.

Em depoimento à CPI dos Fundos de Pensão, da Câmara dos Deputados, Caser afirmou que o diretor de participações imobiliárias do Fucef, Carlos Borges, reuniu-se com Youssef, que sugeriu a compra de debêntures da empresa Marsans - uma agência de viagens adquirida pelo doleiro e que está no alvo da Operação Lava Jato.

O encontro foi sugerido pelo ex-deputado federal André Vargas, cassado no ano passado e preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

“O diretor Carlos Borges recebeu na fundação, a pedido do André Vargas, o Alberto Yousseff. O deputado federal iria participar da audiência, mas acabou não indo. Alberto Yousseff esteve lá e apresentou investimento para debêntures da Marsans, mas ele não foi feito”, disse.

Caser reconheceu que ter uma relação pessoal com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, também detido em Curitiba, mas disse que nunca tratou com o petista sobre assuntos referentes ao fundo de pensão.

Em depoimento à Polícia Federal, o advogado Carlos Alberto Costa, que é apontado como laranja do doleiro, disse que o ex-tesoureiro era um dos contatos de fundos de pensão com a CSA Project Finance Consultoria.

A empresa teria sido usada pelo doleiro para lavar R$1,16 milhão do esquema do mensalão.

Segundo o diretor-presidente da Funcef, o fundo de pensão investiu em 2010 R$ 1,3 bilhão na Sete Brasil, envolvida nas investigações da Operação Lava Jato, por indicação do banco Santander.

As novas exigências da Petrobras vão representar prejuízo adicional de US$ 600 milhões a US$ 800 milhões aos acionistas da Sete Brasil, o que representa 15% dos US$ 4 bilhões investidos até o momento.

“Nós temos de olhar o quadro que tínhamos em 2010. Se eu tivesse no quadro de 2010, investiria novamente”, disse Caser.

Doação eleitoral

Em depoimento, Coser disse que é filiado ao PT desde 1990 e reconheceu que fez doação eleitoral, na disputa do ano passado, à deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que atua como suplente na CPI dos Fundos de Pensão.

Segundo a Justiça Eleitoral, ele doou R$ 13 mil à campanha da petista, que era bancária na instituição financeira.

A deputada federal também recebeu no ano passado R$ 1.000 do presidente do conselho deliberativo do fundo de pensão, Joaquim Lima de Oliveira.

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