O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, afirmou ontem que vai pedir uma acareação entre seu cliente e o empresário Leonardo Meirelles. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Meirelles afirmou que o doleiro ocultou patrimônio e sociedades no acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF). "Ele [Meirelles] é inimigo do meu cliente", disse Basto. "Está mentindo e nós vamos desmascará-lo mais uma vez", afirmou.
Leonardo Meirelles foi sócio de Youssef e responde a três ações penais na Justiça Federal de Curitiba por envolvimento no esquema desvendado na Operação Lava Jato. Ele será ouvido pela Justiça hoje, como testemunha de acusação na ação penal contra executivos da Engevix. Também serão ouvidos hoje a ex-gerente da Petrobras Venina Velosa Fonseca, a contadora de Youssef Meire Poza, e os delatores Júlio Camargo e Augusto Mendonça, da Toyo Setal.
Ontem foram ouvidas as primeiras testemunhas de acusação da sétima fase da Lava Jato. As oitivas foram marcadas pela contradição dos delatores Júlio Camargo e Augusto Mendonça, da Toyo Setal, de acordo com advogados.
Para o advogado Alberto Toron, que defende o presidente do grupo UTC Ricardo Pessoa, o delator Augusto Mendonça negou que o executivo fosse o líder do cartel. "O Augusto, que havia dito que ele [Ricardo Pessoa] era líder do tal clube, categoricamente desmentiu isso", afirmou.
A defesa de Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, executivos da Camargo Corrêa, também apontou controversas nos depoimentos de ontem em relação às delações premiadas. "Os colaboradores surpreendentemente não confirmaram os termos da denúncia da forma como foi posta", disse Celso Vilardi.
Segundo o advogado do vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Leite, Antônio Mariz de Oliveira, todas as testemunhas ouvidas confirmaram que houve pagamento de propina para agentes públicos. O advogado, porém, disse que as testemunhas negaram envolvimento de Leite no pagamento de propina.