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O pedido do novo depoimento foi feito pela defesa de Youssef, porque no primeiro interrogatório ele ficou calado. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
O pedido do novo depoimento foi feito pela defesa de Youssef, porque no primeiro interrogatório ele ficou calado.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O doleiro Alberto Youssef voltou a ser interrogado na Justiça Federal, em Curitiba, nesta terça-feira (31). O novo depoimento foi marcado para dar a chance de Youssef falar na ação penal que trata da lavagem de dinheiro e evasão de divisas realizadas utilizando a empresa Labogen.

De acordo com o advogado dele, Antônio Figueiredo Basto, o depoimento do doleiro deixou claro que o esquema desvendado na Operação Lava Jato era político. “Esse esquema funcionou efetivamente de uma maneira vertical, com o comando dos agentes políticos para fazer funcionar a máquina política por pelo menos 12 anos”, disse Basto. “O dinheiro era pago lá fora, o Leonardo [Meirelles, dono da Labogen] fazia os reais aqui no Brasil e ele [Youssef] entregava aos partidos políticos”, disse o advogado.

“Eu era meramente uma engrenagem por trás desse processo todo. Esse processo tinha o poder público por trás disso”, disse o doleiro em seu depoimento.

Esta é uma das 11 ações penais em que Youssef é réu. A ação refere-se à acusação de que o doleiro teria liderado uma quadrilha que evadiu cerca de US$ 500 milhões entre 2009 e 2013 por meio de importações fictícias com base em contratos de câmbio firmados por empresas de fachada. Dentre as empresas utilizadas para evadir o dinheiro estão a Labogen e a Piroquímica.

O pedido do novo depoimento foi feito pela defesa de Youssef, porque no primeiro interrogatório ele ficou calado, já que não tinha feito acorde de delação premiada.

Perdão judicial

Na saída da audiência, o advogado do doleiro disse que busca o perdão judicial para o cliente. “É a colaboração mais expressiva, sem a qual essa operação jamais teria chego onde chegou”, argumentou Basto. “Não haveria sequência na Lava Jato se não houvesse a colaboração dele”, disse.

Além disso, Basto argumenta que Youssef não era o mentor do esquema, como apontou o Ministério Público Federal (MPF). “Se tirar o Alberto Youssef disso o esquema continuaria operando”, diz. “os verdadeiros donos do esquema estão em liberdade e provavelmente usaram esse dinheiro para se eleger duas, três vezes”, concluiu o advogado.

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