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 | Walter Alves/ Gazeta do Povo
| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

Condenado a dez anos e dez meses de prisão no processo do mensalão, o ex-ministro José Dirceu afirmou em artigo divulgado ontem que 2012 foi o ano da "concretização de uma farsa político-jurídica e midiática". No texto, publicado no site do jornal O Globo, ele acusa o Supremo Tribunal Federal (STF) de ter "trilhado o caminho do julgamento eminentemente político" e volta a dizer que foi condenado sem provas.

"Nessa esteira, cometeu-se toda a sorte de inovações jurídicas: do ineditismo de um julgamento com dezenas de réus sem a possibilidade de duplo grau de jurisdição à utilização parcial de uma teoria jurídica para a dispensa de provas, na qual o próprio autor apontou equívocos de interpretação em sua adoção", escreve.

Dirceu critica também o relator da ação, ministro Joaquim Barbosa. "Forjou-se um herói nacional, não pelas massas e movimentos sociais, mas das letras e imagens midiáticas."

Segundo Dirceu, o objetivo dessa "farsa" era "atingir o projeto de desenvolvimento do país iniciado com a chegada do companheiro Lula à Presidência da República".

Ele diz que os objetivos só seriam alcançados com um "desfecho pré-conhecido": "Minha condenação como mentor de um inexistente esquema de compra de votos no Congresso Nacional".

O ex-ministro diz também que os meios de comunicação – que afirma serem um "poder sob forte monopólio e ainda controlado pelas velhas oligarquias"– pressionaram o Judiciário para que ele "exibisse ao país a prova incontestável de que a era da impunidade acabou".

O petista criticou, ainda, a data do julgamento, cujo início coincidiu com o período eleitoral, e voltou a dizer que não existiu "relação entre o voto parlamentar e o suposto ato da compra desse mesmo voto". Ele encerra o texto dizendo que seguirá lutando para provar sua inocência. "Após o ano da concretização de uma farsa, que 2013 seja o ano do ressurgimento da verdade."

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