Afastado do cargo e apontado como símbolo da cultura administrativa do Senado que permitiu a proliferação de diretorias e o pagamento de horas extras indevidas, o ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia criticou hoje as medidas implementadas pela direção da instituição para retirar os senadores da berlinda. Em depoimento a uma comissão de senadores Agaciel chamou as medidas de "hipócritas", acusou os atuais gestores de fazerem "demagogia" e previu que "daqui a três anos" o Senado será prejudicado pelas mudanças. Ele e o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi negaram envolvimento nas acusações de irregularidades no Senado.
"Quero ver o funcionamento do Senado com toda essa hipocrisia, essa celeuma que se fez sobre os contratos, quero ver o resultado disso daqui a três anos", disse. Ele e o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi foram ouvidos hoje, separadamente, por senadores. Em entrevista, Zoghbi tinha acusado Agaciel de comandar um esquema de corrupção na Casa. Hoje, porém, Zoghbi voltou atrás e afirmou que só fizera as acusações por estar pressionado emocionalmente.
Os dois servidores negaram envolvimento em todas as acusações, alegando que se limitavam a cumprir ordens dos primeiros-secretários e dos integrantes da Mesa Diretora. Zoghbi chegou a se desculpar com Agaciel, por ter dito em entrevista à revista Época, que ele "está milionário" e que é o dono das empresas contratadas pelo Senado para prestação de serviços terceirizados. "Eu estava sob tensão, queria me ver livre do jornalista", alegou. Agaciel não gostou da justificativa, mesmo tendo entendido que o colega "agiu por desespero". "Ele fez aquilo para se livrar ou queria jogar nos outros", retrucou.
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