Divergências entre Jobim e Zuanazzi dificultam plano para evitar caos nos feriadões
A queda-de-braço entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, está dificultando a elaboração de um plano de contingência para os próximos feriadões: Finados, em 2 de novembro, e Proclamação da República, em 15 do mesmo mês, além das festas de Natal e Ano Novo. A briga - causada pela resistência de Zuanazzi, cacifado por uma ala do PT, a deixar o posto - impede a articulação dos principais órgãos responsáveis pelo setor aéreo, o que poderá resultar em novos transtornos para os passageiros nos aeroportos. Leia matéria completa
Informações do Palácio do Planalto dão conta de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe em audiência no fim da manhã desta quarta-feira o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, que vai entregar seu pedido de demissão. Ele estava resistindo a deixar o cargo e foi preciso uma operação do Planalto para solucionar a crise política. O acordo foi costurado pelo Palácio do Planalto e teve à frente da negociação o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse, em entrevista à TV Bloomberg, ter recebido de Walfrido a confirmação da saída de Zuanazzi.
- Tenho informação do ministro Walfrido (Mares Guia, das Relações Institucionais) de que amanhã ele (Zuanazzi) se afastaria e levaria a carta (de demissão) ao Palácio do Planalto - disse Jobim.
Jobim vem tentando tirar Milton Zuanazzi do cargo sem sucesso desde julho, quando assumiu o ministério. Indicação da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, e de Walfrido, Zuanazzi resiste o quando pode. Ele tem mandato e só pode sair se pedir demissão. Jobim quer ver na presidência da Anac a economista Solange Vieira, já indicada para uma diretoria.
Na manhã desta terça-feira, Zuanazzi recebeu o major-brigadeiro-do-ar Allemander Jesus Pereira Filho, nomeado para a diretoria da Anac. Na conversa, foi iniciada a transição na agência. A alegação oficial é que Zuanazzi só sairia com um número mínimo de três diretores da Anac.
O presidente da agência foi excluído de uma reunião nesta manhã entre Jobim, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, e dois novos diretores da Anac, Allemander Pereira Filho e Marcelo dos Guaranys, sendo que o último sequer tomou posse.
Em uma curta entrevista após a reunião, Jobim deixou claro que não conta mais com Zuanazzi para a administração da aviação civil.
- Estamos num momento de substituição. Nós estamos trabalhando com o futuro, não estamos trabalhando com o passado. Esta questão pontual (sobre Zuanazzi) vai se resolver hoje à tarde - disse.
O objetivo do encontro foi acertar o planejamento e a coordenação dos órgãos de controle do tráfico aéreo para a temporada de incremento de vôos que vai de 1º de dezembro a 15 de março. O ministro exigiu que os órgãos de controle da aviação civil assegurem todas as informações sobre o fluxo de vôos aos passageiros, como horários de saída e eventuais atrasos. Para o ministro, não basta as empresas aéreas serem multadas, ele considera que eventuais falhas das empresas têm que ser supridas pelos órgãos oficiais.
Abaixo-assinado pede permanência de Zuanazzi
Representantes das empresas de aviação civil, sindicatos de trabalhadores e várias entidades do setor aéreo fizeram nesta segunda-feira um abaixo-assinado pedindo a permanência de Zuanazzi. O documento assinado por 17 entidades seria procotolado na Presidência da República. No texto, os empresários destacam a dedicação de Zuanazzi e alegam que ele está sendo massacrado injustamente pela imprensa.
Entre as entidades que assinam o documento estão o Sindicato Nacional dos Aeroviários, a Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil, ligada à CUT, Sindicato das Empresas de táxi aéreo, de pilotos e associações de ultraleves, pára-quedismo e aviação agrícola.
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