Alguns empresários querem muitas vezes dividir o palco e deixar seus colaboradores darem entrevistas para a imprensa em seus lugares. Isso é interessante, pois desta forma os meios de comunicação passam a ter mais de uma fonte para falar sobre sua empresa, sua expertise ou algum fato. Porém, é preciso cautela e planejamento de quem pode falar, em que momento e em que veículo.
Já atendi muitos empresários e políticos com consultoria de marketing e comunicação. Percebi que algumas empresas, inclusive, faziam rodízios para falar na imprensa. Não levavam em conta o conhecimento ou mesmo a forma de se expressar. Tom de voz, jogo de cintura que é necessário para um debate ao vivo, por exemplo, e outros fatores necessários para se tornar uma fonte não eram levados em conta.
Atendi a uma organização que delegava ao Gerente de Marketing as entrevistas. Porém era uma empresa que estava em fase de construção de marca e referência no mercado. Já de cara percebi que na realidade o Presidente deveria ser treinado (“media training”) para que ele fosse a personificação da marca para a imprensa. Com o tempo, outro poderia também ser fonte, mas neste momento, o ideal seria a presidência.
E justamente quando o Presidente ainda estava em treinamento foi publicada uma entrevista super importante para a organização, em uma revista nacional, com foto e nome do tal Gerente que naquele momento, já nem trabalhava mais na empresa. Uma pena, pois se perdeu uma grande oportunidade de divulgação nacional do representante da empresa. Uma matéria como aquela não sairia tão cedo novamente, naquela revista.
Por isso, minha gente, muita cautela na contratação do profissional que será o responsável pela apresentação de sua marca ao mercado. Não dá mais para encostar em sua marca (seu maior valor) alguém sem experiência, sem referência ou que não tenha qualificação para exercer seu papel.
Inclusive, quanto a papeis, o dever do empresário é deixar o assessor de comunicação municiado de informações e dados. A relação entre os dois deve ser de muita confiança. Caso ela não exista, melhor procurar outro profissional, pois ele será seu “advogado” perante os meios de comunicação e precisará saber também quando alguma gafe foi cometida, para que possa planejar como orientá-lo para falar com a imprensa.
Quem deve avaliar se as informações podem ser notícias é o assessor, o empresário pode ter desejo de noticiar algo, mas é o profissional de comunicação que deverá transformar aqueles fatos em notícia ou não. Alguns são propaganda, não notícias, o enfoque deve ser outro, o espaço na mídia e o tratamento também.