Eleições, crise de governo….. Por anos, o nome de Angela Frenda figurou nas primeiras páginas do tradicional "Corriere della Sera". A jornalista era uma das poucas representantes do sexo frágil na redação de política do jornal italiano. Há mais de cinco anos, porém, ela deixou os notáveis encontros com autoridades e entrevistas a chefe de Estado por um mundo mais "saboroso": o da gastronomia.
A paixão pela culinária sempre esteve presente na vida desta napolitana de 50 anos. "Sempre gostei de cozinhar mas o que mais me atraía nesse mundo eram os livros. Eu tenho uma coleção", declara Angela Frenda que transportou o seu gosto pela literatura gastronômica para uma coluna de resenha semanal, Parole in Cucina (Palavras na Cozinha).
A política, porém, vou dando espaço às receitas. E não só. A cozinha da própria casa se transformava em cenário para os vídeos publicados na página online do jornal. "Em "Racconti di Cucina" - Contos culinários - eu mostrava a preparação de pratos básicos e tradicionais. Era uma verdadeira aventura", se diverte ela que passou também a dedicar parte do seu já pouco tempo a assinar matérias para um caderno de atualidades. "É claro, que essa minha vida profissional, com um pé lá e outro cá, era extenuante. Sem falar, que eu não sabia mais que tipo de jornalismo fazia".
Foi aí, que tudo mudou, quando Angela aceitou o convite para comandar um projeto sobre o site de culinária - https://cucina.corriere.it/- do Corriere della Sera. Hoje, quase oito anos da primeira incursão no jornalismo gastronomico, ela orgulhosamente goza do título de food editor do jornal italiano, o primeiro ter um projeto do gênero. O estupor de alguns colegas não a desanimou. "Houve quem visse essa mudança como um 'rebaixamento'. Como, eu que escrevo sobre política vou passar a preparar pratos e experimentar receitas?", relembra ela que admite não ter se arrependido. Pelo contrário. Hoje Angela Frenda é um dos nomes mais importantes quando o assunto é "comida e jornalismo".
A colecionadora de livros acabou se tornando também escritora. Nos últimos sete, ela lançou 6 livros e é convidada para apresentar e participar de eventos do setor e já é considerada uma das críticas gastronômicas mais conceituadas no país.
A escolha de Angela se mostrou acertada. O mercado é um dos que mais cresce não só na Itália mas em todo o mundo. Quem cozinha hoje, é chef. O termo cozinheiro ficou para trás. Grandes nomes da gastronomia se alternam em realities shows e capturam a atenção de adultos e crianças. Comer bem passou a fazer parte da vida de muitas famílias. E o número de novos leitores em busca de histórias e novidades cresceu. "Essa comunidade 'foodist', assim carinhosamente chamada, existe já há anos. Nós percebemos esse interesse e nos arriscamos com uma proposta inédita aqui: um caderno mensal dedicado à gastronomia. Em setembro de 2018, lançamos Cook que esse completa dois anos", conta a jornalista que se inspirou em publicações americanas e inglesas especializadas para idealizar o projeto. "Nós aqui, até temos consciência da qualidade da nossa culinária, mas deixamos essa tema em segundo plano. Cook tem uma linha editorial diferente, contamos histórias e emoções ligadas à comida, revelamos personagens pouco conhecidos, sugerimos restaurantes, produtos e ainda trazemos pesquisas sobre estudos na área da alimentação".
Chefs estrelados e cozinheiras
Massimo Bottura, um dos mais renomados chefs internacionais, faz parte do seleto grupo de entrevistados da 'food editor' italiana. Mas nem só "estrelados" estampam as páginas de Cook. Sandra Vecchi, mulher de outro estrelado - Andrea Berton - revelou que, quem manda na cozinha e na vida da família é ela. Em uma das edições, a princesa indiana Asma Khan, primeira 'cozinheira' inglesa a participar da série Chef's Table, da Netflix, revelou como conseguiu superar vários obstáculos e abrir seu próprio restaurante, em Londres, e ainda empregar somente mulheres imigrantes."Esta é uma história que mostra que estar a frente do fogão não é algo que nos diminui como mulher. Pelo contrário, restitui dignidade, empodera e liberta", observa a jornalista. "Há também espaço para receitas, conselhos, dicas enograstrônomicas e até uma seção de utensílios para a cozinha", acrescenta Angela Frenda. "O que mais me orgulha, é que Cook fala sobre a beleza da culinária italiana, que é idolatrada mundo afora, mas que no fundo não era protagonista". Agora é, graças a Angela Frenda e sua paixão pela culinária e por tigelas!!!
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