Salve, pessoal (creio que terei de abandonar o tratamento “notívagos”, “boêmios” e “baladeiros”, porque alguns dos mais ilustres visitantes deste espaço não gostam de sair à noite). Aliás, eles que me perdoem, mas vou interromper este profícuo debate sobre cultura e entretenimento para voltar à frivolidade da vida noturna.
É que estamos passando por uma verdadeira avalanche de novos empreendimentos na cidade. Ontem inaugurou (mais um) bar temático soviético, o Pravda, que ironicamente fica ao lado do Yankee American Bar, na Rua Bispo Dom José, 2.186. É a recriação da Guerra Fria, em pleno coração do Batel. A casa é bonita, com grandes painéis bolcheviques, imagens de Lênin e outras peças da iconografia soviética.
No cardápio, que leva a assinatura do chef Andrés Espinoza Vidal, os destaques são os zakouski (aperitivo em russo), como o gravlax de salmão marinado em ervas com sour cream e torradas e frango ao molho de laranja e vodka. E caviar, usado tanto nos pratos principais, como o mignon ao molho de caviar, ou em pequenas porções vendidas para degustação.
Abre parêntese: na mesma Bispo Dom José, um pouco adiante e do outro lado da rua, fica o primeiro vodka bar de Curitiba, o Soviet, inaugurado em abril do ano passado – e que também é decorado com diversos itens da estética bolchevique. Só que, enquanto o Soviet reproduz os ambientes, imagens e símbolos do proletariado, o Pravda parece mais um palacete da burocracia da antiga URSS. Em ambos você se sente um pouco como no filme Adeus, Lênin!, de Wolfgang Becker. Mas o mais engraçado é ver tantos símbolos do comunismo transformados em suvenires a serviço do capitalismo tapuia na Avenida Batel. E pensar que há menos de quarenta anos você podia ser preso (quiçá torturado) por usar um botton com a foice e o martelo.
Parêntese fechado, voltemos às inaugurações: amanhã, a partir das 17 horas, abre as portas para o público a nova casa do proprietário do Crossroads, Alessandro Reis, o Matriz & Filial (Av. Iguaçu, 2.300). Segundo ele, será um bar de MPB com cardápio variado, petiscos exclusivos, comidinhas tradicionais de boteco, pratos especiais, massas, sanduíches, caldos e “chapas”, além da feijoada, que será servida aos sábados. Vai funcionar de terça a domingo, a partir das 17 horas. Hoje à noite eu vou conhecer o boteco, e depois eu conto o que achei.
Na terça-feira, começa a funcionar a filial curitibana da franquia Café de la Musique, dining club premium de São Paulo que já tem uma versão praiana em Florianópolis (SC). Em Curitiba, os sócios serão o ex-piloto Tarso Marques, o empresário Alvaro Garnero, e também Kadu Paes, Dennis Guerin, André Girardi, Joselito Zorek e Veríssimo Fiúza.
Na matriz paulistana, o conceito é a associação entre música, moda e gastronomia. A casa é dividida em três espaços, cada um decorado por um estilista diferentes – Ricardo Almeida, Fause Haten e Amir Slama. O cardápio também traz três opções de cozinha: contemporânea, italiana e japonesa. A trilha sonora é a música eletrônica, principalmente house e tech-house, com DJs se revezando nas pick-ups. Ou seja, será uma balada podre de chique…
Por enquanto é isso. Pára-brisas lavados, se quiserem continuar discutindo a cultura contemporânea ocidental e a sua compatibilidade (ou não) com as manifestações de lazer noturno, estejam à vontade…
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