Minhas cordiais saudações, notívagos! Entonces, graças a uma promoção arregada que descolei numa agência de viagem, passei o último fim de semana em Montevidéu, no Uruguai. E consegui a proeza de conhecer quatro baladas diferentes em duas noites: um boteco com mesinhas na calçada, uma tangueria fundada em 1895, uma balada com música ao vivo e DJ e um bar de rock.
Mas sabe o que mais me surpreendeu? Mais do que a quantidade de tiozões e tiazonas circulando na noite, mais do que a falta de mulheres bonitas (perto das uruguaias, as curitibanas são deusas), do que a deselegância discreta daquelas meninas? Voltar para casa (ou para o hotel, no caso), depois de várias horas em casas fechadas e cheias de gente, sem qualquer vestígio de tabaco na roupa ou nos cabelos – que, no meu caso, não são mais problema. Na capital do Uruguai, pude comprovar na prática que vale muito a pena banir o cigarro dos lugares fechados.
E não é implicância de um não-fumante. É qualidade de vida mesmo. Lugares pequenos, apertados e com pouca circulação de ar, como a centenária tangueria Fun Fun, seriam absolutamente insuportáveis se o fumo fosse permitido. Tipo o James ou o Ponto Final – nem sei se o Ponto Final ainda é insalubre, faz uma era que não vou lá. Mas na Fun Fun o ar é de uma pureza impressionante. Além da maioria dos frequentadores, os músicos (brilhantes), garçons, barmen e demais funcionários agradecem.
Também tive a oportunidade de constatar que é balela aquela história de que os bares perderiam movimento com a proibição do cigarro. Em Montevidéu a lei funciona, todo mundo cumpre (tanto que as casas não têm cinzeiros nem nas áreas externas) e os bares que eu conheci estavam lotados – inclusive aqueles frequentados pela galera mais jovem. Outro efeito colateral positivo: por serem obrigados a sair da mesa (e do bar) para fumar, até os mais compulsivos acabam fumando menos.
Tá, a bruma do tabaco sempre esteve intrinsecamente ligada à boemia. O que seriam dos pubs ingleses sem a espessa fumaça de cigarro – uma espécie de “gelo seco” para o espetáculo de angústias e euforias noturnas. Pois até nesses lugares o cenário hoje (até onde eu sei) é outro. Praticamente todos os países do “mundo civilizado” adotaram severas leis antifumo em lugares públicos fechados. E se lembrarmos que vinte anos atrás era permitido fumar em aviões, ônibus, cinemas e teatros – e o quanto é melhor frequentar esses lugares hoje –, a proibição do cigarro nos bares e casas noturnas só tem um nome: evolução.
UPDATE
Em resposta ao comentarista Claudio Marcelo: quando abriu as portas, há um ano, o John Bull Music Hall (aquele da Engenheiros Rebouças) alardeava um diferencial – o de ser a primeira casa de shows de Curitiba com espaço reservado para os fumantes (aquele “fumódromo” de vidro perto dos camarores de trás).
No começo a direção da casa até tentou evitar as baforadas nos outros ambientes, mas o desrespeito era tanto – a ponto de alguns artistas (John Mayall, se não me falha a memória) precisarem pedir para a galera apagar os cigarros -, que para evitar brigas e discussões o cigarro foi liberado em toda a casa. E olha que ironia: na última vez em que estive lá, no show do Jacobloco (perdão Flor, me enganei de bloco), o lugar com a atmosfera mais “respirável” era justamente o FUMÓDROMO (teoricamente por ser equipado por um sistema de exaustão). Ou seja, se você NÃO FUMA e quiser respirar um pouco melhor no John Bull Music Hall, vai ter que se trancar no FUMÓDROMO!
***
Sigam-me os bons no Twitter!
Congresso frustra tentativa do governo de obter maior controle sobre orçamento em PL das Emendas
“Embargo ao Carrefour no Brasil inclui frango”, diz ministro da Agricultura
STF e Governo Lula se unem para censurar as redes sociais; assista ao Sem Rodeios
Procurador pede arquivamento dos processos federais contra Trump
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS