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Curitiba virou Goiânia?
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Saudações, meus boêmios de estimação! Quero dividir com vocês o estranhamento que tenho sentido por Curitiba, minha cidade natal, e onde vivi 34 dos meus 35 anos. Nos últimos anos, tenho me sentido como se tivesse ido dormir em Curitiba e acordado em Goiânia – tamanha a proliferação de bares e casas noturnas dedicados ao sertanejo.

Divulgação
Não, não é o Parque Barigüi. Este é o Parque Vaca-Brava, na capital de Goiás.

Na semana passada abriu mais uma, o Dixie’s Bar (onde era o Swinger’s, na frente do Teatro Paiol). Amanhã, dia 24, inaugura o Espaço Sertanejo – na Avenida Batel, 1.625. E no próximo dia 30, começa a funcionar no número 3.388 da Rua Brigadeiro Franco o Black Bull – um espaço para 1,2 mil pessoas, que vai juntar sertanejo pop, house music e, aos domingos, sertanejo tocado em ritmo (e com instrumentos) de samba, no projeto Mono Black – uma espécie de “Monobloco country”.

Sem falar nas casas já existentes, como a Wood’s, Victoria Villa, Villa Viola, Rancho Brasil, Rodeo Country Bar e Santa Fé, entre outras, e nas noites sertanejas de bares ecléticos, como o Yankee American Bar e o Es Vedrà, por exemplo. Além dos espaços do gênero que já fecharam as portas, como o Dixe’s Country Bar, o Saloon Country Bar e a Waay Country Music – esta última, aliás, funcionava no imóvel que a partir do dia 30 vai abrigar o novo Black Bull.

Tudo bem, eu sei que o sertanejo é disparado o estilo musical preferido de quem mora em Curitiba. Mas há demanda para tantas baladas do gênero? Os “chapeludos” (que agora nem chapéu usam mais) são tantos assim? O que vocês me dizem?

A propósito: apesar da fama sertaneja, Goiânia tem uma cena independente de rock fortíssima, e abriga um dos festivais mais importantes do país, o Goiânia Noise. Ou seja, quando o assunto é rock, Curitiba ainda está anos-luz atrás de Goiânia…

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P.S.1: A Wood’s do Bacacheri, a mais bem-sucedida casa noturna dedicada ao sertanejo em Curitiba, está fechada desde o início do mês. E sabem por quê? Uma ação do promotor do Centro de Apoio da Promotoria do Meio Ambiente de Curitiba, Sérgio Luiz Cordone, com base num abaixo-assinado contendo 37 assinaturas de moradores do Bacacheri, que reclamam do barulho e da algazarra na frente do bar.

P.S.2: Para quem não ligou o nome à pessoa, Cordone é o mesmo promotor que entrou com a ação civil pública que provocou a interdição da Pedreira Paulo Leminski, em 31 de março de 2008. Detalhe: a ação foi motivada por 134 (!) assinaturas de moradores do São Lourenço, pelo mesmo motivo: o barulho.

P.S.3: A quem interessar possa, a situação atual do imbróglio da Pedreira é a seguinte: na audiência de conciliação realizada no dia 24 de fevereiro, ficou decidido que seria feita uma perícia ambiental na Pedreira, após o que haveria uma nova audiência para definir as condições para a reabertura do espaço. No dia 8 de março foi expedido um ofício ao CREA-PR, para que o órgão indicasse um perito. Mais de um mês depois, em 13 de abril, o CREA respondeu que a atribuição era do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias. O ofício a este instituto foi expedido só no último dia 18, e até agora não foi indicado um perito. Ou seja, a novela ainda vai longe…

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