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Estimados notívagos… hoje, recuperado do frenesi da Virada Cultural, senti a necessidade de fazer uma espécie de mea-culpa. Isso porque fui eu que escrevi o título e a matéria publicada no Caderno G do último dia 31 de outubro, “Caldeirão maior, mistura mais rala”, sobre a programação do evento deste ano.

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Continuo achando as atrações da Virada 2012 – pelo menos os headliners dos palcos principais – menos atraentes do que as das duas edições anteriores, mas o sucesso de público e o clima nas ruas me obrigam a admitir que a mistura oferecida pela Fundação Cultural de Curitiba, Secretaria de Estado da Cultura e demais parceiros não foi “rala” nem “insossa”.

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Dudu Nobre conseguiu a proeza de pôr os curitibanos para sambar ao meio-dia de sábado, Zeca Baleiro – mesmo sendo presença recorrente na cidade – atraiu uma multidão e fez bonito com a Orquestra à Base de Cordas, o poeta Luiz Felipe Leprevost foi aclamado na Boca Maldita, Arnaldo Antunes também foi divertido (para quem conseguiu ouvir, pois o som estava inexplicavelmente baixo), a Banda Gentileza fez um show histórico, Emílio Santiago mandou bem, A Banda Mais Bonita da Cidade empolgou a galera e – cereja do bolo –, o encontro entre Cauby Peixoto e Ângela Maria foi ao mesmo tempo emocionante, curioso e folclórico – principalmente pelas intervenções do cantor, que não se cansava de elogiar a “simpatia” do público.

Claro que ocorreram alguns equívocos, como o show despropositado da dupla Kleiton & Kledir (que não tocou seus maiores sucessos), a apresentação deslocada do grande compositor Roberto Menescal (fiasco de público no Palco Riachuelo, cairia muito bem em um teatro) e a ausência (novamente) de representantes do hip-hop – sendo que a cena é fortíssima em Curitiba.

Mas o que chamou a atenção é que o público curitibano realmente abraçou a ideia da Virada, e está a cada ano mais disposto a tomar as ruas da cidade – desconfio de que independentemente dos artistas convidados. Mas imagine se fosse Nando Reis ou os Titãs no lugar de Arnaldo Antunes, Alceu Valença ou Fagner em vez de Zeca Baleiro ou Renato Teixeira no lugar de Kleiton & Kledir… não teria sido mais divertido ainda?

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