Ilustres notívagos, permitam-me meter o bedelho no assunto do blog do meu colega Paulo Camargo – o cinema – para ilustrar a falta de noção, civilidade e respeito de muitos frequentadores das salas de projeção curitibanas. Como vocês sabem, algumas delas – como as do complexo UCI do Shopping Estação, por exemplo – têm cadeiras numeradas, o que permite que o espectador escolha o seu lugar no ato da compra do bilhete (procedimento aliás adotado há muito tempo nos teatros) ou mesmo pela internet.
Nada mais sensato, pois essa medida simples (em tese) acabaria com as filas e a corrida pelos melhores lugares, prática comum nas salas em que os assentos são ocupados “por ordem de chegada”. Com os lugares marcados, você pode escolher sua poltrona, comprar seus bilhetes e ir fazer um lanche na praça de alimentação, por exemplo, sem precisar chegar meia hora antes para “guardar o lugar”. Ou comprar os ingressos pela internet e chegar tranquilamente na hora do filme, com a garantia de que os seus assentos não estariam ocupados – pelo simples fato de já terem sido vendidos, e não estarem disponíveis para quem chegasse na bilheteria depois de você. É assim em qualquer país civilizado do mundo.
Mas, inexplicavelmente, parece que a regra não funciona nos cinemas de Curitiba – ao menos pelo que pude constatar nas vezes em que estive nas salas do Estação. Alguns frequentadores simplesmente ignoram os assentos que compram, e, na maior cara dura, se sentam onde bem entendem. Você, que escolheu o seu lugar com antecedência e dá de cara com um folgado desses, tem duas alternativas: ou arma um barraco ou vai também sentar numa poltrona que pode ter sido comprada por outra pessoa.
Tive essa experiência no último sábado. O cinema tinha poucas pessoas, e mesmo assim uns quatro ou cinco jovens preferiram sentar nos lugares que já tinham sido vendidos – no caso, para mim e os meus amigos – do que escolher algumas das diversas poltronas disponíveis. E sabe o que respondeu a loirinha de nariz empinado que estava no meu lugar? “Os lugares não são marcados, isso é só para o controle deles. Ninguém respeita…”. E depois dizem que o curitibano é um povo super educado…
E vocês, observam os lugares marcados nos cinemas? Como reagem quando encontram alguém no seu assento?