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Salve, geral! Aí, foi mal aí por ter ralado sem dar isshplicação… (cruzes, pede pra subir, carioquêissh!). Desculpem, é uma das sequelas por ter passado a maior parte das minhas férias na Cidade Maravilhosa, o que também já explica a minha ausência prolongada por aqui. Mas vamos ao que interessa.

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Conheci lugares e baladas sensacionais (os mais curiosos podem ver fotos e comentários no meu twitter), mas também encarei algumas roubadas no Rio de Janeiro. Conclusão: Curitiba tem muito a aprender com a noite carioca, mas também outro tanto a ensinar.

Hoje vou falar do primeiro caso – uma lição dos cariocas para nós. Lembram da época em que todo mundo se misturava na plateia dos shows, e os melhores lugares ficavam não com quem tinha mais dinheiro ou era melhor relacionado, mas simplesmente com quem chegava antes?

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Para vocês terem uma ideia, em 1995, lá mesmo no Rio de Janeiro, paguei o valor normal de pista, mas vi o show da turnê Voodoo Lounge, dos Rolling Stones, colado na grade. Para isso, bastou chegar na frente do Maracanã ao meio-dia e meia. Os portões foram abertos às 16 horas, o primeiro show (do Barão Vermelho) começou às 18h30, mas quando os Stones entraram eu estava na grade.

Só para efeito de comparação: nas três datas da turnê 360°, do U2, em São Paulo (9, 10 e 13/04/11), o ingresso de inteira da tal “Red Zone” custava (estão todos esgotados) R$ 1 mil (!). A “meia”, R$ 910. Mais de cinco vezes o valor normal da pista, R$ 180 a inteira e R$ 90 a meia – mais coerente segundo a matemática, inclusive.

É um exemplo extremo das abomináveis áreas VIP, que, se de um lado enchem as burras de artistas e empresários, por outro afastam cada vez mais os ídolos dos seus verdadeiros fãs. De uns anos para cá, dependendo do espaço, além da grade extra que separa os “vips” da “plebe”, há os camarotes – espaços reservados para celebridades de A a Z, endinheirados e convidados em geral. Em Curitiba, então, a febre dos camarotes beira o surreal: lugares minúsculos têm lá suas cerquinhas para os clientes “especiais”.

Voltando à lição do Rio: vocês sabiam que o Circo Voador (aquele mesmo, que serviu de incubadora do rock nacional nos anos 80, hoje estabelecido no bairro boêmio da Lapa) não tem NENHUMA área reservada? Nada de cercadinho VIP na frente do palco, ou camarotes com pulseirinhas coloridas no andar superior. Montado como um circo pós-moderno, ele tem sim um mezanino com arquibancadas – mas o preço é o mesmo da pista.

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Nem os VIPs “de verdade” têm uma área só para eles. Tanto que, na última segunda-feira, no aniversário de 70 anos de Jorge Mautner – que teve ainda Orquestra Imperial, Jards Macalé, Gilberto Gil e Caetano Veloso, entre outros –, a ultra hypada Maria Gadú curtiu a apresentação no meio da galera, como uma fã comum. Soube que a atriz Carolina Dieckmann e outros famosos também estavam por lá, misturados com o público.

Claro que nem todo lugar poderia ser assim. Não gosto das áreas VIP nos shows, porque quase sempre o pessoal que ocupa esse espaço é muito menos animado que o “povão” – além de menos numeroso –, mas não sou radicalmente contra os camarotes. Acho justo que algumas casas noturnas reservem lugares privilegiados para quem se disponha a pagar mais caro por eles. Mas bem que podia ter pelo menos UMA casa de shows como o Circo Voador em Curitiba, não? E vocês, o que acham?