• Carregando...

Tia Alice em ação no Teatro Guaíra.

Alice Cooper é uma figuraça. No show ele encarna o estereótipo do rockstar, com calça de malha preta com estampas de caveiras e zumbis, luvas de couro, fraques, camisa preta ou branca de manga bufante, cartola, maquiagem carregada, cabelo eriçado e apetrechos como muleta, bengala, revólver e florete de esgrima.

Além de cantar (está em plena forma aos 59 anos, diga-se), ele finge maltratar uma garota (na verdade uma boneca em tamanho natural à imagem e semelhança da filha, Sonora Rose, que o acompanha nos shows), é perseguido por zumbis, simula cravar uma estaca no peito de um bebezinho – outro boneco -, deixa-se imobilizar numa camisa-de-força e finalmente é “executado” numa forca.

Para delírio da platéia, que também é brindada com bolas gigantes, notas de dólar com a efígie do músico, e cartazes pedindo votos para Tia Alice (na música “Elected”, que encerra o espetáculo), bandeira do Brasil etc. e tal.

Mas talvez você tenha cruzado com ele no sábado à tarde e nem se deu conta. A trupe de Alice chegou em Curitiba na noite de sexta, e às 9h30 da manhã de sábado Alice Cooper pegou seus equipamentos e foi jogar golfe (no Graciosa Country Club ou no Curitibano, as informações são desencontradas a esse respeito).

Voltou ao hotel Four Points Sheraton por volta das 15h30, deu autógrafos e tirou fotos com os fãs, e foi a pé, acompanhado da filha, aos shoppings Curitiba e Crystal. De lá, voltou com uma prosaica sacolinha da Renner, e seguiu para conhecer o ParkShopping Barigüi.

Mauro Abati Filho
Alice Cooper posa com fãs: tiozão golfista.

À paisana, seria difícil reconhecê-lo: camisa pólo branca, calça azul marinho e sapatos brancos, viseira e óculos escuros, Alice Cooper parecia mais um tiozão gringo, com alguma grana – já que estava com o equipamento de golfe – porém desapegado, uma vez que carregava uma sacolinha da Renner.

Não saiu à noite, ao contrário da filha e do baterista Eric Singer, que foram ao CrossRoads no sábado (quando Singer até deu uma canja com a banda Cracker Jack) e no domingo. Nesta última noite, foi pivô de uma gafe da banda Nega Fulô, que agradeceu a presença de integrantes da banda Alice in Chains…

Depois dessa experiência, chego à inescapável conclusão de que, se você quer preservar essa espécie em extinção, o rockstar, é melhor não persegui-lo à luz do dia…

Veja outras fotos na edição impressa da coluna, no Viver Bem do dia 17.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]