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Hora de arregaçar as mangas pela Pedreira

Meus bravos notívagos, depois de mais um oceano de silêncio, trago uma notícia “auspiciosa” para os órfãos da Pedreira Paulo Leminski, como eu: enfim podemos fazer algo de concreto para reabrir o espaço para shows mais querido pelos curitibanos – e de quebra recolocar definitivamente a capital paranaense no circuito dos grandes shows nacionais e internacionais. Desde o fim da semana passada, está rolando na internet a campanha “A Pedreira é Nossa!” – uma mobilização popular organizada pelo vereador Jonny Stica, em conjunto com alguns dos maiores empresários e produtores de shows de Curitiba, comerciantes da região, estudantes e representantes da sociedade civil, para tentar reverter a decisão preliminar da 4.ª Vara da Fazenda Pública da capital – que em julho do ano passado interditou o espaço para shows destinados ao público jovem. Você encontra outras informações na minha matéria, publicada na edição de hoje do Caderno G.

FlickR / Venâncio Vicente
Você pode ajudar a devolver vida à Pedreira Paulo Leminski com alguns clicks…

A campanha “A Pedreira é Nossa!” funciona assim: você acessa este site, que contém uma breve descrição do movimento, um manifesto pela reabertura da Pedreira, fotos e notícias da mobilização, além de um abaixo-assinado virtual. Se concordar com a ideia, pode preencher os campos com seu nome, CPF e e-mail e clicar em “assinar”. Quer ajudar mais ainda? Repasse o link para todos os seus contatos, para engrossar a multidão que quer devolver a vida à Pedreira Paulo Leminski – antes que ela se transforme num grande buraco abandonado.

Essas assinaturas vão subsidiar um termo de responsabilidade a ser elaborado pelo vereador e os empresários musicais, com o apoio da Fundação Cultural de Curitiba, que será apresentado ao Ministério Público e ao juiz da 4.ª Vara da Fazenda Pública. Nesse documento, será proposto um cadastro dos produtores junto ao município, e definidas as penalidades para quem não respeitar as regulamentações para a utilização da Pedreira. Dessa forma, acreditam os organizadores, os transtornos para os vizinhos do espaço (o motivo da interdição) seriam minimizados.

Detalhe: o pedido de liminar interposto pelo Ministério Público, que resultou na interdição da Pedreira em maio do ano passado, foi feito em nome de 134 (!) moradores da região, descontentes com a “perturbação do sossego” nos shows bissextos que aconteciam no local. CENTRO E TRINTA E QUATRO!!! Número insuficiente para lotar um biarticulado (que comporta entre 160 e 270 passageiros)! Só o abaixo-assinado que fizemos aqui no blog, em agosto do ano passado, teve quase 500 assinaturas. Outro abaixo-assinado, organizado pelo proprietário de uma lanchonete em frente à Pedreira e entregue à Fundação Cultural, tinha cerca de 1,5 mil nomes. E agora que existe uma mobilização formal, chegou a hora de botar a boca no trombone e mostrar que a Pedreira pertence a todos os curitibanos.

P.S.: Sabiam que a gente, os notívagos aqui do blog, ajudamos a criar o embrião dessa campanha? A discussão iniciada aqui em agosto do ano passado chegou ao conhecimento do vereador Jonny Stica – que se interessou pelo assunto, confirmou essa demanda reprimida entre os jovens de Curitiba e iniciou as conversas com os produtores musicais, advogados e representantes da sociedade civil, que resultaram na mobilização virtual. Tanto que o mote da campanha, “A Pedreira é Nossa!”, foi emprestado do título do post. For those about to rock, we salute you!

UPDATE

A quem interessar possa: o show do Oasis, ontem no Expotrade Pinhais, terminou antes das 22 horas. O que prova que, com regras claras e punições para quem transgredi-las, um grande show de rock não tem como “tirar o sono” da sua vizinhança…

Mais uma coisinha: a Arena Expotrade de fato é um espaço bacana para shows – com a vantagem de ter um estacionamento gigantesco. Mas a saída foi um verdadeiro inferno: o afunilamento de veículos, a incapacidade do motorista curitibano em ceder a vez e a via de acesso praticamente única (pela Victor Ferreira do Amaral) fizeram o tempo perdido no congestionamento ser quase igual à duração do show. Na Pedreira, embora não haja estacionamento, as opções de saída são múltiplas.

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