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Estimados boêmios… depois dessa santa (e mais do que justificada, segundo o que se apurou até agora) indignação contra o deputado Fernando Ribas Carli Filho, permitam-me retomar a rasa profundidade da noite curitibana. Acompanhe…

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Ainda que a Pedreira seja abandonada para sempre, e vire um imenso criadouro de Aedes aegypti a céu aberto (não se depender de nós – o abaixo-assinado virtual já ultrapassou as 5 mil assinaturas!). Ainda que a capital do Paraná continue carente de bons espaços para shows, capazes de receber entre mil e 4 mil pessoas – o que nos deixa à margem das turnês de artistas intermediários, como mostrou a Luciana Romagnolli no Caderno G do domingo. Ainda que Curitiba alimente e consolide a fama de último refúgio para astros decadentes – a primeira grande polêmica semeada pelo provocador Ewandro Schenkel. Ainda que essa abominável onda sertaneja dure milênios, e nos transforme numa grande, gelada e antipática Goiânia. Ainda que eu falasse a língua dos homens, e falasse a língua dos anjos… (ops, me empolguei!).

Ainda assim, nossa querida cidade continuaria atraindo hordas de bandas e músicos de todos os gêneros, regiões, nacionalidades e estaturas. E não apenas por seu público bovino e complacente, que – quando vai – aplaude de pé qualquer bobagem que aporta por aqui. A garantia de que não vamos cair no completo esquecimento para os empresários e artistas do showbiz são as mulheres de Curitiba.

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Exatamente, as curitibanas (tanto as nativas como as radicadas), que exercem um misterioso fascínio sobre os músicos que visitam a cidade. Inclusive a capital já deve constar em algum catálogo do meio musical como o paraíso dos artistas carentes e/ou solitários. Duvida? Então reflita comigo: o albino Hermeto (Pascoal) conheceu sua metade da laranja – a cantora Aline Morena – quando ela morava aqui. Tudo bem que ela é gaúcha de Erechim, e o primeiro contato entre os dois aconteceu em um workshop em Londrina em 2002, mas isso são detalhes. O fato é que ela, impregnada do magnetismo de Curitiba, hipnotizou o veterano multiinstrumentista alagoano, e os dois continuam felizes e serelepes até hoje – tanto que atualmente formam uma dupla, Chimarrão com Rapadura, com personas artísticas fundidas e até um site em comum.

Não vale Hermeto e Aline, por causa da história de Londrina? Que tal o guitarrista d’O Rappa, Xandão, que (ao que tudo indica) se mudou para Curitiba por causa da sua mulher, que vive aqui? Ou o André Abujamra, outro neocuritibano, que largou tudo em São Paulo depois de sucumbir aos encantos da talentosa Melina Mulazani, do Mundaréu? Quer mais? Jimmy, o brutamontes do Matanza, me disse em pessoa no ano passado que volta e meia está por aqui por causa da namorada, que é curitibana. O rapper B Negão, ex-parceiro de Marcelo D2 no Planet Hemp, também tem seus interesses afetivos na capital das Araucárias. E até o Rubinho, ex-tecladista do Trem da Alegria (que é nascido em Curitiba, mas mudou-se com 3 anos para São Paulo), voltou para a terra natal e é casado com uma jornalista curitibana, Adriana Czelusniak – que, por sinal, é minha colega no Viver Bem.

Ou seja, as curitibanas costumam enfeitiçar os músicos que se apresentam por aqui. O que me faz desconfiar das reais intenções de algumas bandas ou artistas que praticamente “moram” em Curitiba, como a Nação Zumbi e o Zeca Baleiro, por exemplo. Este último dá um jeito de vir para cá até quando não está tocando, como no bizarro encontro que tive com ele no camarote do show do Iron Maiden na Pedreira (ah, a Pedreira!), em março do ano passado.

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E vocês, conhecem mais algum artista seduzido pelo canto das sereias das Araucárias? Meninas, quem vocês gostariam de “laçar” no meio artístico? E qual a explicação para esse mel das curitibanas? Façam suas apostas!

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Enfim sucumbi ao twitter