Descontada a pressa em se tornar visível a olho nu, o quinteto Terminal Guadalupe definitivamente é uma boa banda de rock de Curitiba. O show é energético, as músicas têm pegada, as letras tentam fugir do lugar comum, e Allan Yokohama é um autêntico guitar-hero.
O carro-chefe da “Marcha”, então, a faixa Pernambuco Chorou, é uma cacetada, com padrão artístico e condições técnicas de tocar em qualquer FM do país. O riff de Allan é urgente, hipnótico, daqueles de “soltar os bichos” e sair pogando pela casa. E se encaixa com perfeição à melodia e aos versos cantados com vontade por Dary Jr. – cuja voz no registro está cristalina, e bem distante do fantasma de Renato Russo, que andou rondando nos primeiros discos. E o refrão, com linhas melódicas entrelaçadas por Dary e Allan é impecável.
Também chama a atenção a bateria tonitruante de Fabiano Ferronato (foi mal aí!), forjada no estúdio Toca do Bandido. Sem dúvida uma das grandes músicas do ano no Brasil. E o clipe, gravado no presídio desativado do Ahú, em Curitiba, é de arrepiar – embora o conceito do homem aprisionado não seja original (lembra do clipe de The Unforgiven, do Metallica?).
A apresentação do Terminal tem uma pegada “ramônica”, como bem definiu o vocalista Dary Jr., com as músicas tocadas rapidamente e sem intervalo. O show é curto (imagino que de propósito, para deixar o “gostinho de quero mais”). E o público canta junto – algo difícil de se ver num show de música própria em Curitiba. Boa sorte e uma longa carreira aos invisíveis do TG. E também as minhas homenagens ao colega em dose dupla Dary Jr., que largou um emprego na Globo pelo sonho de ser rockstar….
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS