Caríssimos, por motivo de apagão mental, não postei o tópico prometido na versão impressa da coluna, publicada ontem, sobre DJs e MCs X bandas ao vivo. Então aí vai:

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Desde o seu nascimento, nos anos 50, a cada década alguém decreta o fim do rock’n’roll. E o estilo continua aí, firme e forte, se retro-alimentando de ídolos do passado ou criando novas metástases.

Mas, agora, pela primeira vez, receio que ele possa estar mesmo nas últimas. Ou pelo menos a sua manifestação mais estridente, os grandes festivais e concertos de rock. Aos poucos, eles estariam sendo substituídos pelas raves ou megashows de DJs, como as impressionantes apresentações de Fatboy Slim na praia.

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A idéia me ocorreu ao constatar o público minguante nos shows de rock (para dar dois exemplos recentes, Evanescence na Pedreira e Lobão na Helloch), em oposição às multidões mobilizadas a cada rave organizada nas fazendas e chácaras da região metropolitana.

Que show de rock seria capaz de atrair mais de 15 mil pessoas em Curitiba (lembrando que raramente eles têm mais de duas horas de duração), como fez a XXXPERIENCE no dia 6 de maio, numa festa em Piraquara, que bombou por mais de 20 horas? Pink Floyd? AC/DC?

A impressão que dá é que as raves open air de hoje estão para os anos 2000 como os festivais nos moldes de Woodstock estavam para os anos 70. Com uma diferença: os grandes festivais de rock quase sempre tinham atrações de primeira linha, enquanto as raves já podem prescindir de top DJs para bombar. São um fim em si mesmo, o público vai porque todo mundo vai.

Aliás, um amigo fissurado em e-music, que já manteve um site importante no gênero, me confessou que deixou de ir nas grandes raves, porque os produtores estariam percebendo que não é mais preciso gastar os tubos com grandes atrações internacionais. “A galera não está nem aí para quem está tocando, vai para chapar o coco, e porque todo mundo vai”, preconiza.

Além disso, pela primeira vez desde o surgimento do rock, há uma geração alheia a ele: uma molecada criada no hip-hop e na eletrônica, que sequer ouviu acordes distorcidos de guitarra.

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Teriam sido em vão os esforços ecumênicos de Aerosmith e Run DMC, que renderam frutos como Beastie Boys, Chemical Brothers, Prodigy, Linkin Park e, vá lá, Charlie Brown Jr.? Conteste-me se for capaz…