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Saudações, notívagos! Pelo jeito, a indignação com a estiagem de shows internacionais na nossa cidade é quase generalizada – e não poderia ser diferente, seja qual for o seu gênero musical preferido. Gostem ou não, Curitiba é uma das mais importantes capitais do país. Tem uma boa infraestrutura, fica próxima dos grandes centros, possui demanda de público e um enorme potencial de consumo. Não é lógico, portanto, que fique fora da rota dos grandes shows, como se fosse uma longínqua cidade do interior (nada contra o interior, apenas uma constatação sobre a natural carência de grandes eventos fora das capitais).

E não se trata de “pagar pau” para os gringos. Eu só espero uma programação cultural coerente com o porte e a importância da nossa cidade. E por isso mesmo acho bizarra – quase surrealista – essa interdição da Pedreira por causa dos vizinhos. Mas não só isso: como disse no post anterior, é inacreditável que uma cidade do tamanho de Curitiba só tenha (ou só tivesse) um espaço capaz de comportar eventos para um público acima de 5 mil pessoas – a própria Pedreira Paulo Leminski. O ExpoTrade, antes que alguém venha me corrigir, fica em Pinhais.

Aos neo-nacionalistas e partidários da “reserva de mercado”, que só têm ouvidos para a MPB ou para a música paranaense: um calendário movimentado, com uma boa frequência de atrações internacionais, enriquece a praça como um todo. É óbvio: uma cidade que comporta grandes shows gringos também será capaz de receber os melhores artistas brasileiros. E teoricamente esses eventos chamam a atenção também para a produção local, aumentando a possibilidade de intercâmbio da cena nativa com artistas de outros lugares do Brasil e do mundo. Faça o teste: pergunte aos músicos paranaenses se eles são contra ou a favor da vinda de artistas estrangeiros.

Sabia que esse assunto ia dar pano para manga. Só não imaginava que seria o estopim de uma guerra entre curitibanos e forasteiros (já fiz minhas considerações a respeito nos primórdios do blog, no post “Rabugice ou timidez?”, o último da tela). Ainda bem que, no meio desse fogo cruzado e nas demonstrações explícitas de intolerância, sectarismo, autofagia, xenofobia ou preconceito puro e simples, uns poucos iluminados vieram com sugestões concretas para voltarmos a fazer parte do mapa-múndi do showbiz.

Como o Magoo e o Sandro, que lembraram do falecido Pinheirão, o lugar ideal para abrigar uma grande arena de shows e eventos. Vou até consultar minhas fontes na Fundação Cultural de Curitiba para saber se a ideia (agora sem acento) é viável. Ou o Otávio Ronconi, que se ofereceu para nos ajudar a entrar com uma Ação Popular contra a interdição da Pedreira – e inclusive forneceu seu e-mail (otavioronconi@hotmail.com) para esse fim.

Ao invés de ficarmos batendo boca ou chorando as pitangas, sugiro que entremos em contato com o Otávio, para repassarmos os dados necessários para a Ação Popular. Tenho certeza de que terá mais resultado que o abaixo-assinado que fizemos no ano passado, ao qual a Fundação Cultural teve acesso, mas que acabou não dando em nada. Alguém mais tem alguma sugestão?

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LITTLE JOY NO JOHN BULL MUSIC HALL


A Little Joy: mezzo brasileira, mezzo americana.

A propósito, foi confirmado mais um show “meio gringo” em Curitiba neste primeiro semestre: a Little Joy, cultuada banda formada por Rodrigo Amarante (Los Hermanos e Orquestra Imperial), o baterista brasileiro dos Strokes, Fabrizio Moretti, e a namorada dele, Binki Shapiro. O trio se apresenta no John Bull Music Hall no dia 4 de fevereiro. Confira o som dos caras aqui.

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