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Porque hoje é Dia Mundial do Rock, e porque o rock’n’roll salvou a minha vida (assim como a do Lobão), senti-me na obrigação de escrever sobre o assunto.

Ia contar por que o dia 13 de julho é o dia Mundial do Rock, mas basta informar que foi a data do Live Aid, o primeiro mega concerto beneficente da História, organizado por Bob Geldof em 1985 – o resto você pode saber clicando aqui.

Depois, pensei em elaborar um breve histórico do gênero musical que contagia jovens e tiozinhos desde os anos 50 – mas felizmente já fizeram isso por mim (e com muito mais propriedade).

Então tomei conhecimento de um fórum interessante publicado no site do jornal A Gazeta, de Vitória (ES), e decidi requentá-lo aqui neste nebuloso espaço noturno.

O objetivo da pesquisa capixaba é traçar o mapa das novas (e promissoras) bandas do rock nacional – e se restringe ao universo underground. Para não “chupar” tão descaradamente a idéia dos colegas da Gazeta de Vitória, vou falar de mainstream.

Portanto, se você acha que a salvação do rock nacional é alguma banda independente, sugiro que dê o seu pitaco lá no site do jornal do Espírito Santo.

Porque aqui a discussão é outra: das bandas (ou artistas) nacionais que fazem sucesso comercial hoje, quais vão garantir a sobrevivência do rock por estas latitudes?

Permitam-me elocubrar. Para mim, o último remanescente do espírito contestador e da atitude rebelde do rock’n’roll no Brasil não usa guitarra, baixo ou bateria, e nem pode ser chamado de banda de rock: é o Cordel do Fogo Encantado, formado há dez anos a partir de um espetáculo de teatro em Arco Verde, na zona da mata de Pernambuco.


Lirinha em ação no Cordel do Fogo Encantado.

Mesmo sem a santíssima trindade instrumental do rock (guitarra + baixo + bateria), os pernambucanos conseguem soar mais pesado que Sepultura, Ratos de Porão e Shaaman juntos. Além disso, os shows do Cordel – movidos pelas performances messiânicas do vocalista Lirinha – nunca são menos que verdadeiras celebrações catárticas. Duvida? Pois então vá vê-los no Curitiba Master Hall, no próximo dia 28, quando eles lançam o disco Transfiguração. Depois a gente conversa…

Antes deles, o último suspiro original do rock no Brasil foi dado pelos Raimundos nos anos 90 – mas o sonho acabou quando o vocalista Rodolfo descobriu sua vocação religiosa.

Também era possível detectar criatividade e algum talento n’O Rappa, mas depois que perdeu o baterista/letrista Marcelo Yuka (em novembro de 2002), a banda carioca ficou meio “acéfala”.

Skank, Jota Quest? Sorry, podem até tocar algumas músicas que soem como rock, mas não são bandas de rock. O Charlie Brown Jr., que nunca foi grande coisa, a cada dia se afunda mais no ego do Chorão, o Axl Rose brasileiro… Los Hermanos? O “Bloco do Eu Sozinho” é genial, mas depois disso Marcelo Camelo e cia. começaram a se levar muito a sério e ficaram apenas chatos…

CPM-22, Detonautas? São os responsáveis pela praga do emo-core, que proliferou em formações lamentáveis como NX-Zero, Hateen, Fresno, Moptop e Forfun (tão originais que a MTV enfiou todas no mesmo balaio, o CD/DVD “MTV ao Vivo Cinco Bandas de Rock”).

Fora isso, só restam os sobreviventes dos anos 80, como Ira!, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Capital Inicial e (mal e mal) Titãs. A década retrasada, aliás, foi a última vez em que houve uma “cena” roqueira original e autêntica no país.

Ou você acha que alguma banda de rock atual é capaz de fazer canções e letras com a inteligência da Legião Urbana, a poesia e a energia de Cazuza no Barão Vermelho, ou o humor escrachado (e ainda por cima com conteúdo) do Ultraje a Rigor?

Discorda? Qual o último CD de banda nacional de rock que você comprou (não vale baixado pela internet)? Para quem você se dispôs a desembolsar uma grana porque valia a pena ter a “obra” em casa? E quando foi isso?

Os meus são de bandas velhas – Rosas e Vinho Tinto, do Capital Inicial, e Barão Vermelho (ainda com Cazuza), que eu garimpei numa promoção das Lojas Americanas faz um ano. E para você? Quem mantém ligados os aparelhos do rock no Brasil?

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