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Salve, notívagos! O bochicho do dia é o valor estratosférico do show de Robert Plant no Guairão, marcado para o dia 27 de outubro: de R$ 230 (a meia entrada, no segundo balcão) a R$ 840(!) (a inteira, na plateia). É o ingresso mais caro entre as seis cidades da turnê brasileira – Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e Porto Alegre, além de Curitiba.

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No Rio, por exemplo, que vai receber o ex-vocalista do Led Zeppelin no dia 18 de outubro, no HSBC Arena, os ingressos variam entre R$ 90 (a meia entrada nas cadeiras Nível 3) e R$ 400 (a inteira na BudZone). Na capital paulista, o show – que acontece no dia 22 de outubro, no Espaço das Américas – custa entre R$ 120 (a meia entrada na pista) e R$ 400 (a inteira na BudZone). Já em Porto Alegre, última capital a receber a turnê, no dia 29 de outubro, no ginásio Gigantinho, os ingressos variam entre R$ 130 (arquibancada) e R$ 250 (pista premium).

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Por quê? O que explica essa diferença abissal no valor do ingresso em relação às outras praças da turnê? Os curitibanos são mais ricos? Ou mais trouxas? Os produtores daqui são mais gananciosos? O valor é distorcido pelo excesso de ingressos com descontos (meia entrada e outras promoções)? O ingresso caro seria um reflexo do “custo Curitiba” – o alto risco de se fazer um grande show por aqui, já que a expectativa de público pode não se confirmar? Teria havido um erro de planejamento, ao programar uma apresentação desse porte para o teatro Guaíra?

Se fosse uma prova, eu arriscaria a opção “Todas as Alternativas Anteriores”. A principal razão parece ser o erro de cálculo na escolha do local. Robert Plant é uma lenda viva do rock, foi vocalista de uma das maiores bandas do planeta – o Led Zeppelin – e autor (ou coautor) de alguns hinos da música pop, como “Stairway to Heaven” e “Rock and Roll”. E Curitiba vai recebê-lo no Guairão, com seus míseros 2.167 lugares??? No Rio, o show vai ser na HSBC Arena, que tem capacidade para até 18 mil pessoas; em BH, Robert Plant vai se apresentar na Expo Minas, que pode receber até 45 mil pessoas; o Espaço das Américas, em São Paulo, comporta até 8 mil pessoas; o ginásio Nilson Nelson, em Brasília, pode receber até 20 mil pessoas; e o Gigantinho, em Porto Alegre, tem 14.586 lugares. Ou seja, é óbvio que os poucos ingressos disponíveis em Curitiba seriam inflacionados – assim funciona a lei da oferta e da procura.

Mas as outras explicações também não devem ser desprezadas. Pelo valor que se cobra por shows internacionais na cidade, parece que alguns produtores acham sim que os curitibanos são mais ricos que os espectadores de outros cantos do país. Ou que são trouxas o suficiente para pagar tanto a mais. Se custa tudo isso, é porque tem gente que paga. O que já explicaria o apetite por “enfiar a faca” – ou seja, a ganância. Por outro lado, milhares de espertalhões (que muitas vezes nem teriam direito) se aproveitam da lei da meia entrada para pagar menos, o que empurra os valores para cima – já que a imensa maioria dos ingressos comercializados é de meia entrada. Ou seja: a meia entrada vira a inteira, e os “otários” que não têm carteirinha financiam a mamata. Por fim, o tal “custo Curitiba” existe sim. O público da cidade não é confiável – afinal, shows que foram um tremendo sucesso em outras capitais acabaram patinando por aqui, como Oasis e Iron Maiden no Expotrade, por exemplo.

Enfim, os quatro anos em que a Pedreira Paulo Leminski permanece fechada fizeram um estrago gigantesco no mercado de shows na cidade. Se em 2007 Curitiba era a terceira praça do país, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro, nos últimos anos o público tem preferido viajar e assistir aos shows em outras cidades. Com isso, o risco de trazer um grande show para cá é cada vez maior, e o ingresso fica cada vez mais caro.

E você, o que acha disso? O que fazer para sair desse círculo vicioso e voltar a pagar um ingresso mais justo?

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