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Ouvi o desabafo hoje de manhã, quando esbarrei com a cantora, compositora e percussionista Thayana Barbosa, do Mundaréu, em meio ao caos do Aeroporto Afonso Pena e seu inseparável nevoeiro. Ela estava tentando embarcar para o Rio de Janeiro, vai passar uma semana na Cidade Maravilhosa – onde pretende sublimar as agruras da nossa província gelada e silenciosa.

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Contou que voltou a dar aulas, “porque está difícil ser artista em Curitiba”. Ela engrossa o coro formado por outros músicos importantes da cidade, como o pianista Jeff Sabbag e a cantora e compositora Edith de Camargo, entre outros, que se queixam da perseguição aos bares e casas noturnas com música ao vivo.

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No sábado, a cantora Jordana Soletti (que, além de cantar na banda DeLorean, mantém um trabalho paralelo com o namorado, o cantor e compositor Rafa Gomes) revelou que dois dos bares onde eles se apresentavam deixaram de ter música ao vivo. Tudo por causa do terror disseminado pelas Ações Integradas de Fiscalização Urbana (Aifus). Sei que já discutimos bastante sobre isso nos dois posts anteriores sobre o tema, mas os músicos da cidade estão ficando sem lugar para trabalhar! Uma tentativa de resistência da classe artística curitibana é o Movimento Além do Silêncio (não por acaso, o nome foi emprestado de uma canção do Blindagem), que começou no Facebook e pretende lutar contra o fim da música ao vivo na capital.

De minha parte, acho que a prefeitura precisa tomar providências para facilitar a concessão de alvarás – reduzir a burocracia, agilizar vistorias e estabelecer regras claras para o funcionamento dos estabelecimentos –, observar com mais atenção a lei de zoneamento e rever a forma como é feita a fiscalização. Dessa forma, as casas seriam estimuladas a funcionar dentro de todas as normas e procedimentos legais – e os músicos poderiam trabalhar em paz, sem sustos. Porque, do jeito que está, a cidade corre o risco de afugentar todos os seus talentos… e você, o que acha disso?