Olá, notívagos! Chegou a hora de todos os órfãos da Pedreira Paulo Leminski mostrarem a sua força: o primeiro passo é aparecer nas Ruínas do São Francisco (Largo da Ordem) no próximo domingo, dia 12, a partir do meio-dia. É a hora marcada para o show gratuito A Pedreira é Nossa!, organizado pelo movimento homônimo, que vai reunir doze bandas e artistas da cidade pela reabertura do principal (e hoje único) espaço para grandes shows em Curitiba.
O line-up terá Anacrônica, Banda Gentileza, Supercolor, Djambi, Fábio Elias, R³, Blindagem, Pablo Portes, Lou Dog, Rosie and Me, Rodrigo Lemos (ex-Poléxia) e o Jacobloco. Cada um vai executar uma música própria e um sucesso de algum grande artista que já tenha se apresentado na Pedreira.
“Juntar vários artistas da cidade em prol da Pedreira é uma ideia que tivemos logo que começamos o movimento, em 2009”, conta o vereador Jonny Stica (PT), um dos idealizadores da campanha. Mas o empurrão definitivo veio em outubro, quando ele soube – graças à minha matéria publicada no Caderno G – que a Justiça não havia enviado o ofício solicitando a perícia no local, conforme havia sido acertado na audiência pública realizada em fevereiro. “Depois disso, resolvemos movimentar o cenário musical”, informou Stica.
Agora cabe à gente bombar as Ruínas no domingo, de preferência com a quantidade de gente que apareceu lá durante o show do Pato Fu, na Virada Cultural. Quem sabe, se tudo correr bem, a gente não consegue reabrir a Pedreira a tempo de colocá-la na rota das turnês que vão passar pelo Brasil no segundo semestre… e vocês vão estar lá, certo?
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Leia abaixo o resumo da novela da Pedreira Paulo Leminski:
Março de 2008: O juiz Douglas Marcel Perez, da 4.ª Vara de Fazenda Pública de Curitiba, acata um pedido feito por uma Ação Civil Pública do Ministério Público do Meio Ambiente e fecha liminarmente a Pedreira Paulo Leminski. A ação se baseia em um pedido feito por 134 moradores da região, representados pela Associação de Moradores do Abranches (Amada). Entre outras coisas, eles reclamavam do barulho e desordem causados nos dias de show, e da falta de fiscalização das produções.
Maio de 2009: O vereador Jonny Stica (PT), alguns empresários artísticos de Curitiba, comerciantes do Abranches e a sociedade civil, inconformados com o fechamento da Pedreira, unem forças e lançam a campanha A Pedreira é Nossa!, que pede a participação popular por meio de um abaixo-assinado virtual. Logo depois, os vereadores de Curitiba assinam uma moção de apoio ao movimento e pela reabertura da Pedreira.
Julho de 2009: Após diversos encontros com o Ministério Público, Justiça, Fundação Cultural de Curitiba (FCC), produtores e moradores, os integrantes da campanha organizam duas reuniões, nos dias 28 e 29, para a definição de um acordo prévio entre FCC, produtores artísticos e a Amada. Durante os encontros, são definidos termos para uma nova regulamentação da Pedreira, como, por exemplo, os órgãos responsáveis pela fiscalização, novos horários de funcionamento e as multas em caso de não cumprimento das normas. Também são apresentadas ideias para a revitalização da Pedreira.
Dezembro de 2009: Os integrantes da campanha entregam o abaixo-assinado com mais de 12 mil nomes (hoje são mais de 15 mil) ao juiz responsável, que junta o documento à ação e se mostra disposto a pôr em prática a minuta acordada anteriormente.
Fevereiro de 2010: Após tomar conhecimento da minuta de acordo proposta pelos integrantes da campanha, o juiz Douglas Marcel Perez convoca uma audiência de conciliação entre as partes. O encontro reúne o magistrado, o promotor Sérgio Luiz Cordoni, o vereador Jonny Stica, representantes da FCC, representantes da Amada e da área cultural curitibana. Fica decidido que será realizada uma perícia ambiental na Pedreira – que deverá indicar a capacidade total do local, infraestrutura de segurança necessária e questões acústicas. Após o resultado, o juiz se compromete a marcar uma data para que os participantes da audiência assinem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), possibilitando que eventos sejam novamente realizados no espaço.
Junho de 2010: De acordo com os autos do processo, a 4ª Vara teria expedido ofício ao Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias (Ibape-PR), o órgão responsável, para que ele indique os profissionais que realizarão a perícia.
Outubro de 2010: Reportagem publicada na Gazeta do Povo no dia 4 revela que o ofício nunca chegou ao órgão. Diante disso, no dia 7, o vereador Jonny Stica protocola pedido na 4.ª Vara de Fazenda Pública, solicitando que o ofício fosse mais uma vez enviado ao Instituto. No dia 19, Stica e a vereadora Julieta Reis (DEM) participam de uma reunião com a procuradora geral do Município de Curitiba, Claudine Camargo Bettes, para cobrar da prefeitura mais empenho no caso. Após a reunião, Jonny Stica retira uma cópia do ofício e leva pessoalmente à sede do Ibape-PR.
Novembro de 2010: No dia 5, o Ibape-PR se declara intimado, prometendo iniciar a perícia ainda este ano.
Dezembro de 2010: No dia 12, doze bandas e artistas da cidade se reúnem para um show gratuito nas Ruínas do São Francisco, em prol da reabertura da Pedreira Paulo Leminski.
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