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Você já viu uma maria-camarote?
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Salve, meus boêmios de estimação! Deu o que falar essa história do sertanejo, hein? Podem continuar metendo a boca no trombone – periodicamente eu autorizo os comentários do post anterior –, mas agora eu quero discutir com vocês uma outra característica da noite contemporânea em Curitiba (ou será no Paraná, no Brasil?): o fenômeno das “marias-camarote”, ou “marias-pulseira”.


Área VIP, o sonho de consumo das marias-camarote.

Na minha época de estudante durango e usuário do transporte coletivo, vicejavam as “marias-gasolina” – aquelas meninas que se sentiam irresistivelmente atraídas por homens motorizados. Talvez tenha sido o crescimento do país e a popularização cada vez maior do automóvel e das motos, mas o fato é que hoje a chave do meu Corsa já não é tão sedutora quanto as dos Monzas e Santanas da minha adolescência.

Na faculdade, depois de deixar o cabelo crescer (sim, eu tinha cabelo) e entrar na minha primeira banda, conheci os dois tipos correspondentes – as “marias-cabelo” e as “marias-banda”, que se subidividiam em “maria-microfone”, “maria-baixo”, “maria-guitarra” ou “maria-baqueta”. As primeiras (encontradas facilmente no Cavalo Babão e nos bares do Largo, como o Hangar) eram hipnotizadas pelas longas cabeleiras dos meninos, enquanto as segundas são as eternas “groupies” – mulheres que orbitam em torno dos músicos desde tempos imemoriais.

Depois também ouvi falar de outras variedades, como as “marias-chuteira”, “marias-prancha”, “marias-farda”, “marias-brevê”, “marias-capacete” (dos pilotos de corrida, como a Adriane Galisteu no começo da carreira), “marias-personal”, “marias-lentes” (de fotógrafos) e “marias-bisturi”, por exemplo.

Eis que nos últimos anos, nas minhas andanças noturnas, pude observar outro tipo de maria: as “marias-camarote”. São mulheres bonitas, bem vestidas, que ficam rondando os cercadinhos VIPs à espera de um convite para entrar, ou de uma mágica pulseirinha. Quando conseguem (e quase sempre conseguem, afinal os donos dos camarotes adoram se cercar de lindas mulheres), elas ficam como abelhas no mel em volta dos baldinhos de whisky com energético, vodca com citrus, champanhe e outras iguarias solicitadas pelos anfitriões. Se acham espertas, bebem a noite inteira sem pagar nada, mas só depois vão se dar conta de que muitas vezes essas noitadas saem caro demais…

E vocês, que tipos de marias (ou josés) já encontraram por aí?

Siga-me se for capaz…

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