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Bolsonaro e Jean Wyllys juntos? É o que permitem as frentes parlamentares do Congresso
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As frentes parlamentares existem no Congresso Nacional desde 2005 e foram criadas para permitir a defesa de causas específicas por parte dos deputados federais e senadores. No entanto, a falta de critérios para a sua manutenção e a exigência de apoio de um terço do parlamento no ato de implantação leva a situações inusitadas e à multiplicação das frentes – em muitos casos, com pouca efetividade.

Também possibilitam uniões inusitadas. Por exemplo, a recém-criada Frente Parlamentar Mista em Defesa da Eletromobilidade Brasileira tem entre seus apoiadores aqueles que talvez sejam os dois deputados mais diferentes entre si no Congresso Nacional: Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Jair Bolsonaro (PSL-RJ).

“Eu acho que tem um excesso de frentes parlamentares. Nós devíamos ter dos grandes assuntos, como segurança, educação, saúde, e algumas com segmentos. Mas muitas vezes os deputados exageram nos nomes e no detalhamento das frentes, e muitas delas acabam”, disse o deputado Fernando Francischini (PSL-PR).

Comandante da Frente Parlamentar das Cidades Inteligentes, o deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) endossa a preocupação com o exagero e a inefetividade de algumas frentes, mas defende o instrumento: “muitas frentes estão desativadas, mas muitas são bastante atuantes. Por exemplo, a de defesa do agronegócio. As frentes procuram se especializar, focar em determinadas áreas, exatamente para ver que tipo de legislação pode ser criada para essas áreas, ou articular politicamente os interesses daquela frente”.

A frente do agronegócio mencionada por Lippi é a Frente da Agropecuária, o agrupamento parlamentar que condensa a bancada ruralista. Outros grupos de expressão são a Frente Parlamentar Evangélica e a Frente da Segurança Pública, onde está o grupo apelidado de bancada da bala.

Na mão oposta, há grupos de interesses regionais, específicos ou mesmo inusitados, como a Frente Parlamentar em Defesa do Escotismo, a Frente Parlamentar da Apicultura e Meliponicultura, a Frente Parlamentar em Defesa da Capoeira e a Frente Parlamentar Mista pela Profissionalização dos Executivos do Futebol.

No total, são 319 frentes parlamentares em atividade na Câmara dos Deputados atualmente. Os grupos não podem contratar funcionários e nem emitir passagens aéreas.

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