A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, entidades que congregam diversos movimentos sociais e que são simpáticos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciaram uma espécie de calendário de mobilizações em protesto à prisão de Lula.
Entre as atividades programas pelos grupos está “realizar escrachos nas empresas e Bancos vinculados ao golpismo (Riachuelo, Bahamas)”. A Riachuelo mencionada é a empresa de roupas que é vinculada ao empresário Flávio Rocha, crítico duro do PT e pré-candidato a presidente pelo PRB. Já o Bahamas é a boate de São Paulo que promoveu uma festa na sexta-feira (7) para comemorar a prisão do ex-presidente.
“Os escrachos são mobilizações, mostrando que prender Lula é uma tentativa de impedir que o Brasil reaja ao domínio e à ditadura do mercado financeiro, do rentismo, sobre o país. Protestos contra o sistema financeiro, protesto contra quem simboliza a construção desse golpe”, explicou a deputada federal Érika Kokay, presidente do diretório do PT no Distrito Federal, cuja página na internet divulgou os eventos das frentes de mobilização.
Proprietário da boate Bahamas, o empresário Oscar Maroni disse que chamará “a Polícia Militar aqui na porta” caso as manifestações ocorram em frente à empresa. “É iniciativa privada, há direito de liberdade de expressão. Ou eles querem um totalitarismo aqui, como foi na União Soviética em 1948? O PT é o dono do Brasil? É o dono das minhas palavras?”, afirmou.
Judiciário e mídia
Os grupos também planejam mobilizações contra o Poder Judiciário e grupos de imprensa. Há a intenção de instalar um acampamento em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes, em Brasília, promover manifestações em embaixadas brasileiras no exterior na próxima quarta-feira (11), e, também na própria quarta-feira, efetuar um grande ato, chamado dia Nacional de Mobilização em Defesa de Lula Livre.
A escolha da quarta-feira é porque é um dia de sessão no Supremo Tribunal Federal, onde há a possibilidade de ser promovido um julgamento que pode rever a posição da corte sobre a prisão em segunda instância.
Já o dia 17 deve ser o “Dia Nacional de Mobilização contra a Rede Globo”. Além disso, a expressão “Desligue a Globo” foi incluída entre as palavras de ordem. “A Globo é uma voz das elites. Se dependesse da Globo, nós teríamos muitas literalidades nas casas grandes e senzalas que, hoje, são metafóricas”, acrescentou a deputada Érika.
Os dois últimos atos de protesto são o “Ato em defesa da Petrobras no Rio”, no dia 26, e o “Dia do trabalhador/a em defesa dos Direitos e Liberdade para Lula”, em 1 de maio.