A Câmara dos Deputados realiza no dia 1 de agosto uma comissão geral para discutir a formação da joint-venture entre as gigantes da aviação Boeing e Embraer. O negócio foi divulgado nesta quinta-feira (5). A nova empresa terá valor de mercado de US$ 4,75 bilhões e será 80% de propriedade da Boeing e 20% da Embraer.
As comissões gerais da Câmara são reuniões abertas a todos os parlamentares que contam também com a participação de especialistas nos temas em debate. Em 2018, já foram convocadas cinco delas, que abordaram temas como o preço dos combustíveis, desinvestimentos da Petrobras e as fake news.
O pedido para a convocação foi feito pelo deputado Flavinho (PSC-SP). O parlamentar é de São José dos Campos, cidade onde fica a sede da Embraer e que, segundo ele, está “apreensiva” com a negociação entre a empresa e a Boeing.
“Nós não podemos fechar os olhos, achando que Boeing está comprando a Embraer por caridade. Eles estão vendo um grande potencial e a gente também não pode, de maneira leviana, abrir mão de uma empresa como essa por um valor pífio”, explicou o parlamentar.
A Embraer foi fundada em 1969 e privatizada em 1994, durante o governo de Itamar Franco. Apesar de ter sido repassada ao setor privado, ainda tem o governo como acionista. O poder público, inclusive, é proprietário do chamado “golden share”, um grupo especial de ações que dá ao seu detentor o poder de veto.
Presidenciáveis
A deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB) foi a única entre os pré-candidatos à presidência que se manifestou, até o momento, sobre a notícia divulgada nesta quinta. Ela chamou a negociação de “péssima para o Brasil” e acrescentou: “Nenhuma nação importante do mundo permite que seus interesses estratégicos, as garantias de sua soberania, sejam subordinados a interesses comerciais de meia dúzia”.
Como essa negociação estava colocada havia meses, outros pré-candidatos já haviam se manifestado sobre a hipótese de parceria entre Boeing e Embraer. O deputado Jair Bolsonaro (PSL), disse em janeiro que a princípio não seria contra a negociação, desde que fosse “boa para os dois lados”. Ciro Gomes, do PDT, em março disse que, como presidente, ia “tomar a Embraer de volta”.
Pré-candidato do MDB, Henrique Meirelles participou em março de uma reunião sobre o tema, quando era ministro da Fazenda. Na ocasião, ele disse que o processo precisaria de análise do Ministério da Defesa mas era “em última instância uma decisão empresarial”. Em dezembro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), falou que desejava que a Embraer “continuasse sendo brasileira”. Já João Amoedo (Novo) declarou em fevereiro que era a favor da negociação sem nenhum entrave.
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